Luta contra extinção da profissão dos cobradores ainda não terminou

O presidente dos Rodoviários de Manaus, Givancir de Oliveira, anuncia que vai continuar alerta e que pode ter greves ainda - foto: correio

A Câmara de Vereadores de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, aprovou em primeira discussão nesta terça-feira (13), o projeto de Lei que proíbe os motoristas de ônibus de acumularem a função de cobrador.


A Câmara de Petrópolis deu o exemplo de como não se pode extinguir a função dos cobradores em uma atividade profissional que exige atenção máxima no trânsito e ainda ter que lidar com o caixa de dinheiro e troco aos passageiros.

A tentativa de dispensar cobradores tem se tornado cada vez mais comum nas empresas de transporte coletivo de todo o Brasil e preocupa usuários, trabalhadores e o sindicato dos Rodoviários.

Rodoviários de Manaus

Em Manaus, o presidente da categoria Givancir de Oliveira tem lutado para fazer os empresários desistirem da ideia fixa do acúmulo de funções e conseguiu, temporariamente, evitar a demissão de aproximadamente 2.800 cobradores do sistema, mas só depois que o prefeito Arthur Neto fez uma intervenção no sistema na semana passada.

Mesmo engessado com as altas multas impostas pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), justo por causa das paralisações que impediram o fim da categoria no Amazonas e por atrasos de salários, vales e planos de saúde, Givancir garante que os rodoviários continuam em estado de alerta e podem voltar às manifestações e greves caso os acordos não sejam cumpridos.

Resistência

“Não vamos entrar para a história dos rodoviários como uma diretoria omissa”, afirma o presidente. As conquistas veem se sucedendo. Mais recente, Givancir disse que conseguiu tirar 60 funcionários do regime ‘horista’ para o regime mensalista, com todos os direitos e salário integral.

Logo em seguida, mas depois de 04 anos de reivindicação, conseguiu a efetivação da Delegacia Especializada em Combate a Roubo nos Coletivos (DECRC). “O índice de assaltos deve diminuir porque terá uma delegacia própria para combater o crime nos coletivos, assim como, eliminar os argumentos dos empresários de que sem cobradores, diminuiria os assaltos”, acrescenta.

Para Givancir, o prefeito Arthur Neto tem sido cooperativo com a categoria, tem contribuído para valorizar os trabalhadores do sistema de transportes coletivos de Manaus e ajudado a por um fim na discriminação no setor. Da mesma forma, o vereador Jaildo dos Rodoviários (PCdoB), que tem colocado na pauta do dia na Câmara, todos os assuntos relativo à categoria que defende.

Riscos

Assim como no sindicato dos rodoviários de Petrópolis, Givancir argumenta que se não tivesse a intervenção parlamentar e do prefeito, aproximadamente 1.200 ônibus da frota da cidade iria circular sem cobrador.

Nos horários de pico, como os de saída de escolas, o trânsito fica ainda mais complicado, já que os motoristas precisam receber e dar o troco aos passageiros, para somente depois dar a partida no coletivo.

“Mais do que o emprego dos cobradores, está em jogo a segurança dos usuários. O motorista sobrecarregado coloca em risco a vida de todos que transporta”, alerta o vereador Jaildo dos Rodoviários.

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