Maioria dos projetos aprovados no Paic/Fapeam são vinculados à área de saúde

Bolsista Arlesson Viana na Fiocruz Amazônia/Foto^Érico Xavier
Bolsista Arlesson Viana na Fiocruz Amazônia/Foto^Érico Xavier
                       Bolsista Arlesson Viana na Fiocruz Amazônia/Foto^Érico Xavier

Projetos de pesquisas voltados para a saúde dominam a nova edição do Programa de Apoio à Iniciação Científica, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Paic/Fapeam), cujo edital 2016/2017 já está em prática. Entre as propostas aprovadas se destacam: vigilância em saúde, medicina, epidemiologia/estatística, farmácia, fisioterapia, psicologia, biblioteconomia, história da saúde, enfermagem, nutrição, serviço social e ciências sociais.
Neste edital, foram concedidas 763 bolsas de iniciação científica, um investimento na ordem de R$ 3,6 milhões. Atualmente, 14 instituições de ensino e pesquisa são beneficiadas com bolsas de iniciação científica fomentadas pela Fapeam. No período de 2015/2016 foram investidos mais de R$ 7 milhões para pagamentos de 1,5 mil bolsas nesta modalidade. O número corresponde a 10% do total de investimentos da Fapeam.


A diretora técnico-científica da Fundação de Amparo à Pesquisa, Andrea Waichman, ressalta que o Amazonas é o único Estado a ter o programa de iniciação científica em todas as fundações de saúde, financiado exclusivamente pela instituição. A área da saúde sempre agrega a maior parte dos projetos aprovados no âmbito do Paic. Na edição 2015/2016, finalizado no primeiro semestre deste ano, um dos destaques foram pesquisas relacionadas ao controle da malária.

Malária – Um exemplo foi a pesquisa desenvolvida pela estudante de Biomedicina, Suzan Vieira, sob a coordenação da doutoranda em Doenças Tropicais e

Infecciosas, Rosa Santana. O projeto cria em laboratório o Anopheles darlingi, principal vetor de malária na região amazônica, para estudos de biologia,

controle e combate da doença.

O estudo é desenvolvido na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT/HVD). De acordo com a coordenadora da pesquisa, não existem estudos específicos com a espécie que tem hábitos extremante silvestres, próprio do ambiente natural, o que acaba dificultando a colonização do animal no laboratório.

“Essa é uma espécie de grande interesse científico por ser o principal transmissor da doença, por isso existe a necessidade de ter a criação dentro do laboratório para que se possam realizar análises comportamentais, ciclo biológico e, principalmente, para analisarmos a interação do parasita hospedeiro”,  explicou a pesquisadora.

A estudante de iniciação científica Suzan Vieira explicou que sempre é realizada a coleta em campo, onde são capturadas as fêmeas já copuladas para o laboratório. “Nós as alimentamos e aguardarmos os dias para que elas coloquem os ovos que, posteriormente, viram as larvas e depois as pupas e os adultos”, disse.

Teste rápido dengue – Outra pesquisa desenvolvida pelo Paic no âmbito da saúde é sobre um método para agilizar o diagnóstico da dengue no Sistema Único de Saúde (SUS). O estudo está sendo feito pelo estudante em Ciências Biológicas, Arlesson Viana, do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), bolsista da Fapeam

no Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia).  A pesquisa analisa um método simplificado com potencial utilização pela rede básica de saúde para diagnostico molecular da dengue.

De acordo com o estudante, atualmente, a dengue é diagnosticada apenas por técnicas sorológicas e, como o vírus Zika está circulando na região e está próximo do vírus da dengue, pode causar uma reação cruzada.  Ele explicou que se o antígeno do Zika reagir, por exemplo, pode haver uma confusão de resultados ao se crer que seria uma dengue.

“Quando trabalhamos com o teste molecular estamos trabalhando com material genético do vírus e temos certeza que aquela espécie de vírus é a que foi amplificada através da técnica de Lamp (LoopMediated Isothermal Amplification). Isso ajuda no tratamento, na questão epidemiológica no nosso país e a diferenciação de qualquer arbovirose circulante na nossa região”, explicou o estudante.

Viana acrescentou que um paciente chega a aguardar até sete dias para poder ser diagnosticado com dengue. Com o método, ele explica, que a partir do primeiro dia de sintoma já é possível fazer a coleta, extração do material genético e a amplificação pela técnica de Lamp.

“De sete dias podemos dar o resultado em até uma hora. No SUS é utilizado apenas técnica sorológica iGg e NS1. Que espera-se em média sete dias pra poder confirmar diagnóstico para iGg. O diferente do LAMP é que se trabalha com o material genético do vírus”, explicou.

Instituições onde são desenvolvidas as pesquisas – As 14 instituições de ensino e pesquisa que desenvolvem projetos aprovados no Paic são: Censipam, Embrapa, FCecon, Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ), FHemoam, Fiocruz Amazônia, Fundação de Medicina Tropical (FMT-HVD), Fundação Alfredo da Matta (Fuam), Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), Ifam, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Universidade Federal do Amzonas (Ufam).

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