Mais de 100 venezuelanos são enviados de RR para SP

Este é o primeiro voo do processo de interiorização de imigrantes-Foto: Divulgação

Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou de Boa Vista às 8h34 (9h34 de Brasília) desta quinta-feira (5) com 116 venezuelanos com destino a São Paulo. Este é o primeiro voo do processo de interiorização de imigrantes que fogem da crise na Venezuela.


A aeronave deve pousar às 12h (13h de Brasília) na Base Aérea de Guarulhos. Depois, três ônibus levarão 83 imigrantes para um abrigo administrado pela Prefeitura de São Paulo, enquanto 29 irão para um abrigo administrado pela sociedade civil e outros quatro a um local de acolhimento do estado de São Paulo, segundo a Casa Civil da presidência.

O processo de interiorização dos imigrantes é feito pelo governo federal numa tentativa de lidar com o intenso fluxo de venezuelanos que cruzam a fronteira do país por Roraima. Estima-se que 400 entram por dia no Brasil fugindo do regime de Nicolás Maduro. Na capital já são 40 mil, conforme a prefeitura.

Segundo a Casa Civil, os imigrantes aderiram de forma voluntária ao processo para buscar oportunidades de trabalho em outras partes do país. Eles são solicitantes de refúgio ou tem residência temporária no Brasil.

Antes do deslocamento, eles foram imunizados em relação a doenças como sarampo, já que Roraima vive um surto da doença, caxumba, rubéola, febre amarela, difteria, tétano e coqueluche. Todos também foram cadastrados e receberam pulseiras de acordo com seus destinos.

Este é o primeiro voo do processo de interiorização de imigrantes-Foto: Divulgação

Noite nas arquibancadas

Os 116 venezuelanos que embarcaram com destino a São Paulo passaram a noite no estádio Ribeirão, na periferia da cidade. Muitos, incluindo crianças, dormiram nas arquibancadas.

A família de Reinaldo José, 32, passou a noite em colchonetes nas arquibancadas do Ribeirão. Ele se mudou para Roraima com a esposa, Gisela Gomez, e as duas filhas, de 4 e 6 anos, e quis ser interiorizado.

“Esperamos conseguir dar um futuro melhor para nossa filhas em São Paulo, conseguir um emprego fixo e seguirmos com uma vida mais digna”.

A família, que já viveu com outras centenas de venezuelanos na praça Simón Bolívar, cercada com tapumes no último sábado (30), está ansiosa para chegar ao destino final.

“Já tivemos de dormir na praça e lá era demasiadamente pior. Estamos ansiosos pela viagem”, acrescentou Gisela.

Antes das 6h, os venezuelanos foram levados em quatro ônibus fretados para o Aeroporto de Boa Vista. Ao chegarem lá, ficaram em uma área isolada e inacessível à imprensa até às 7h14 quando começaram a embarcar no avião.

O voo da FAB é custeado com os R$ 190 milhões liberados pelo governo federal ao Ministério da Defesa para lidar com a imigração venezuelana em Roraima.

Os venezuelanos passaram por regularização migratória junto à Polícia Federal, seja por meio de solicitação de refúgio ou de residência temporária. Outro requisito é atender ao perfil das vagas nos abrigos na localidade de destino.

“O processo de interiorização foi uma estratégia adotada para proporcionar melhores condições aos imigrantes venezuelanos que querem viver e trabalhar no Brasil. Com esse objetivo, o Governo Federal, com apoio técnico de agências das Nações Unidas (ACNUR e OIM), buscou vagas em abrigos de prefeituras, governos estaduais e na sociedade civil para receber os imigrantes”, informou a Casa Civil em nota.

Venezuelanos em Roraima

Desde 2015 Roraima recebe um número crescente de venezuelanos que fogem da crise econômica e política vivida no regime de Nicolás Maduro.

Nos últimos três anos, mais de 20 mil pediram refúgio à Polícia Federal. Se estima que atualmente pelo menos 450 imigrantes cruzem todos os dias a fronteira do país – alguns até a pé. Só na capital Boa Vista há 40 mil, segundo a prefeitura.

Em março, o presidente Michel Temer editou uma Medida Provisória que criou a Força-Tarefa Humanitária, que agora assume as ações do governo federal relacionadas à imigração venezuelana.

Até agora já são cinco abrigos para venezuelanos em Boa Vista e um em Pacaraima. Juntos, eles têm cerca de 2,3 mil moradores e estão na lotação máxima. A previsão é que um sétimo abrigo seja aberto em breve no bairro 13 de Setembro, zona Sul da capital.

Fonte: G1

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