
Mais de 500 pessoas seguem fora de casa em Gramado, na Serra do Rio Grande do Sul, após o solo da cidade apresentar rachaduras. Um prédio no bairro Três Pinheiros, o mais afetado pelas rachaduras, desabou na quinta-feira (23). Todos os moradores do local já haviam sido desalojados no domingo anterior (19) e, de acordo com a prefeitura do município, não houve registro de feridos.
Quem precisou sair de casa por risco de desmoronamento está, na maior parte dos casos, em casas de parentes e amigos. Cerca de 45 pessoas precisaram se abrigar em dois ginásios do município, em espaços oferecidos pela Prefeitura.
“Pela assistência (social), é para ficarmos aqui seis meses. Mas tem muita gente envolvida que está fazendo de tudo para não ficarmos tanto tempo. Ninguém merece ficar com toda a família aqui”, lamenta a camareira Maria Cristina Mello Pires, abrigada em um ginásio na cidade.
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Segundo ela, não há mais condições de voltar para o lugar onde morava: “Para lá, não voltamos mais. Não tem mais condição de voltar, porque é área de risco e está totalmente interditado. Se entrar lá, se incomoda”, diz.
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Rachaduras no solo
Desde domingo (19), dezenas de moradores de Gramado tiveram que deixar suas residências após o surgimento de rachaduras no solo em diversos bairros do município.
O Ministério Público do Rio Grande (MPRS) informou que deve solicitar à Justiça uma audiência sobre as rachaduras registradas nos últimos dias em Gramado. Segundo o promotor de justiça Max Guazelli, o principal objetivo a ser debatido é a ampliação do mapeamento sobre as áreas de risco do município.
Um levantamento inicial foi feito ainda na década passada e a região onde atualmente ocorreram as fissuras não foi incluída neste primeiro trabalho.
O Serviço Geológico do Brasil avaliou a situação nos bairros Três Pinheiros e Planalto, além de locais como Perimetral e Ladeira das Azaleias, onde há rachaduras no solo e risco de queda de barreiras, de acordo com a prefeitura.
Um relatório será elaborado para direcionar a tomada de decisão do município.
Decreto de calamidade
A prefeitura de Gramado decretou estado de calamidade na sexta-feira. De acordo com o Executivo Municipal, 546 pessoas estão fora de casa na cidade – principalmente no bairro Três Pinheiros, onde cerca de 120 famílias precisaram sair de suas residências.
“[Quantidade de] água nunca vista, principalmente no bairro Três Pinheiros. A água foi o fenômeno que ocasionou todos esses deslizamentos. Muita quantidade de chuva durante o ano acumulada no solo. Chegou um momento em que ela disse ‘vou ter que sair, estão me prendendo aqui o ano inteiro’ e começou a sair. Junto com ela está vindo o desabamento, as rachaduras”, explicou o prefeito em entrevista coletiva na manhã desta sexta.
Todos os moradores do prédio que desabou já haviam sido desalojados no domingo (19) e, de acordo com a prefeitura do município, não houve registro de feridos.
O serviço monitora a situação e avaliam os possíveis fatore que casuaram essa movimentação do solo.
Fonte: g1