
Manaus, a maior cidade da Amazônia, cresce em ritmo acelerado e impõe desafios complexos para arquitetos e urbanistas. A expansão desordenada, a necessidade de preservação ambiental e a inclusão social são alguns dos principais obstáculos enfrentados por esses profissionais na região.
Para a arquiteta e urbanista Melissa Toledo, que atua no Amazonas, a profissão exige um olhar diferenciado diante das especificidades do bioma amazônico. “Ser arquiteta e urbanista aqui envolve desafios e oportunidades únicas. A integração entre a paisagem natural e a paisagem construída é uma característica marcante da nossa região”, afirma.
Crescimento urbano versus preservação ambiental
Manaus tem se expandido de forma acelerada, muitas vezes sem planejamento adequado, o que impacta diretamente o meio ambiente. “A falta de planejamento urbano adequado e a ocupação desordenada resultam em impactos ambientais significativos, além de dificuldades para garantir infraestrutura de qualidade para toda a população”, explica Melissa.
A urbanização da capital amazonense ocorre em um contexto onde a floresta e os rios desempenham papel fundamental na vida da população. Assim, a adaptação dos projetos arquitetônicos às condições climáticas – como alta umidade, chuvas intensas e calor – se torna essencial. “Precisamos projetar levando em consideração a realidade local, com soluções como ventilação natural, drenagem eficiente e o uso de materiais sustentáveis”, destaca.
Desafios e soluções
Entre os principais desafios dos urbanistas no Amazonas, destacam-se:
Acessibilidade e infraestrutura: Muitas comunidades estão em áreas de difícil acesso, exigindo soluções criativas para transporte e abastecimento.
Sustentabilidade: O estado abriga grande parte da Floresta Amazônica, exigindo projetos que reduzam o impacto ambiental da urbanização.
Inclusão social: A região possui diversidade cultural, com populações indígenas, ribeirinhas e migrantes. Os projetos precisam respeitar essas especificidades e promover acessibilidade para todos.
Tecnologia: O uso de inovações para otimizar transporte, gestão de resíduos e monitoramento ambiental pode contribuir para uma cidade mais eficiente.
Parceria com o setor público: O urbanista precisa estar em constante diálogo com autoridades e comunidades para criar soluções efetivas para o crescimento da cidade.
Melissa ressalta que o papel do arquiteto vai muito além de projetar edifícios. “Nosso trabalho envolve compreender profundamente o território, suas condições climáticas, culturais e sociais. Precisamos pensar em soluções que equilibrem desenvolvimento e preservação”.
Diante de tantos desafios, a arquiteta defende um planejamento urbano mais inteligente e sustentável. “A qualidade de vida da população amazonense depende diretamente de um urbanismo que respeite o meio ambiente e promova inclusão social. O arquiteto tem um papel fundamental na construção de um futuro mais justo e equilibrado para todos”, conclui.
Com um olhar atento às peculiaridades da região, profissionais como Melissa Toledo seguem buscando soluções inovadoras para que Manaus cresça de forma mais sustentável, garantindo qualidade de vida para seus habitantes e preservação do bioma amazônico.