Maratonista “Poeta da Amazonia” se prepara para encarar ida até o Chile

Fotos: Anderson Silva/Sejel

Correr e superar desafios é algo que está impregnado na vida de vários atletas pelo Brasil. No caso do maratonista paraense Aniceto Almeida, conhecido com o Poeta da Amazônia, de 51 anos, a corrida se tornou o principal combustível para a vida. A história, repleta de muito amor pelo esporte, levou o atleta a preparar a bicicleta e ultrapassar fronteiras para participar da Ultramaratona do Deserto do Atacama, no início de outubro, onde pretende completar m total de 250 quilômetros em um dos desertos mais secos do mundo.
Vindo do Pará e tendo Manaus como parte do início da rota dos mais de 6 mil quilômetros para chegar até San Pedro de Atacama, no Chile, Aniceto passou a receber apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), durante sua estada na capital amazonense.


Fotos: Anderson Silva/Sejel

“Saí de Belém no dia 28 de junho, fui para Santarém de barco, depois fui de bike pedalando por 33 quilômetros até Alter do Chão, onde fiquei três dias. Voltei para Santarém e peguei um barco. O sonho da minha vida era fazer essa rota. Aí vim para Manaus, cheguei na sexta-feira (07), foram quase três dias, e o barco foi parando pelas cidades. Foi muito bom e devo ficar aqui até sexta-feira”, comentou o Poeta, que passou a ser chamado assim por declarar versos, músicas e prosas.

“As pessoas me chamaram assim e esquecerem meu nome. Aniceto foi esquecido e passou a ser chamado de Poeta. E hoje saio defendendo a Amazônia pelas minhas corridas”, revelou o maratonista, confessando a euforia na rápida passagem pela terra dos bumbás Garantido e Caprichoso.

“Paramos em Parintins, logo no período da festa dos bois. É muito bom. Quero voltar”, comentou o corredor, que pretende melhorar com pessoa e conhecer o mundo da forma mais diferente possível.

“Poderia ser cômodo eu ir de avião, mas não conheceria as pessoas que estou conhecendo, as cidades que estou conhecendo. Seria muito cômodo. A corrida mudou a minha vida. O que estou fazendo é para melhora como pessoa. Eu tenho uma lojinha de antiguidades em Belém e é de onde tiro minha subsistência e decidi fazer isso na minha vida. Não tenho filhos, fui namorador demais, mas não tenho filhos. Não reclamo da vida, minha vida é boa e o esporte está me proporcionando viver”, comentou.

Enquanto lembra da saga para chegar até Atacama, Aniceto planeja a viagem sem se preocupar onde dormir. A conversa fácil e o sorriso solto são “instrumentos” para abrir portas pode onde passa.

Fotos: Anderson Silva/Sejel

“Meu coração pede que eu seja uma pessoa melhor. Quando comecei a correr, os grupo de corrida lá de Belém passaram a gostar de mim. Recebo ajuda dos amigos que acreditam em mim. Foi assim que ganhei passagens para correr na Itália e Argentina. Eu não corro por dinheiro, corro por amor. Quando essa corrida acabar vai ser muito triste. Aí vai ser hora de procurar outros desafio” explicou.

Até ao Atacama
Com a trilha montada na mente, Aniceto vai de barco de Manaus até Porto Velho. A jornada continua no Acre chegando até o Peru, onde atravessa a Cordilheira dos Andes até chegar no local da prova, San Pedro de Atacama.

“Vão ser sete dias correndo com uma mochila de mais de dez quilos em que vou levar alimentos, saco para dormir, todo o material necessário para superar esses dias. É quente de dia e frio a noite. O corpo tem que aguentar. Mas a pior parte vai ser quando a corrida acabar. Vai ser uma tristeza muito grande”, afirmou.

História
Conhecido como o “Maratonista Poeta da Amazônia”, Aniceto passou a dedicar a vida para a corrida há seis anos. O que antes para ele era diversão, a rotina de de bar em bar em Belém, passou a perder a graça e o esporte ganhou força.

“A corrida mudou a minha vida. Antes vivia bebendo, decidi correr e gostei. Hoje já participei de maratona no Rio de Janeiro, em Foz do Iguaçu, Soa Paulo, na Argentina e várias outras. Estou voltando de lesão e quero correr até morrer. Vou morrer correndo”, sentenciou.

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