
O ex-deputado federal e agora vice-prefeito Marcos Rotta (PMDB), pode estar trilhando o mesmo caminho deixado pelo deputado Hissa Abrahão, que embarcou na canoa do prefeito Arthur Neto (PSDB) em 2012 e, poucos meses depois foi demitido do cargo de secretário de Obras do Município por telefone em um programa de rádio da capital. Rotta está prestes a ser demitido do projeto BRT.
Hissa era vice de Arthur na primeira gestão. Nas eleições de 2012, Hissa foi coberto de flores e afagos do tucano, assim como Marcos Rotta, em 2016. Era a força jovem para um prefeito envelhecido e com problemas de saúde, assim como Rotta está sendo agora nessa gestão. Logo que assumiu, no entanto, Arthur deixou as tarefas mais complicadas e impopulares para Hissa resolver e sempre que voltava das suas viagens, desfazia as ações do seu vice em programas de rádio, alegando que eram decisões imaturas.

O que se vê hoje, são situações semelhantes à de 2012. Arthur Neto começou a sua primeira gestão com a tarifa do transporte público custando R$ 2,75 e jurando na campanha eleitoral que não iria aumentar. Forçou o Hissa divulgar que eles não aumentariam. O Hissa pagou o pato por isso.
Na volta de uma das suas viagens, chamou a imprensa, vestiu o “demagógico” colete de trabalhador e anunciou o aumento da tarifa de ônibus para R$ 3,00. Agora repetindo a dose, começa o novo mandato aumentando a tarifa para R$ 3,30, depois de dizer que nem o judiciário, nem os empresários, nem o Ministério Público e nem a pedido do Papa, a passagem seria aumentada.
De férias fora de Manaus, Arthur deu ordem para Marcos Rotta negociar com os empresários o reajuste e com os trabalhadores Rodoviários, o movimento grevista. Na volta a Manaus, Arthur desfez tudo, deixando o seu vice-prefeito na condição de “garoto de recado”, mal dado.
Pode ser esse o princípio do fim de uma composição feita para ganhar eleição. Arthur, Rotta e o seu padrinho Eduardo Braga, nunca foram e, pelo visto, nunca serão parceiros políticos. E, pode ser que o projeto antipático do BRT/Manaus, creditado a Rotta, também comece a vazar água. Será que Rotta vai abraçar a causa depois de saber que Arthur vai jogar na sua costas as falhas e incompetência por gerir um projeto falido?
Também tem a possibilidade real de Arthur deixar o Rota e o Braga a ver navios. Ou seja, ele não vai renunciar e deve seguir até o fim do mandato. Se Arthur mantiver a escrita e sua forma de fazer parcerias, certamente não vai entregar a prefeitura para seu vice Marcos Rotta e pode, até, nem apoiar o senador Eduardo Braga para o governo em 2018.

Arthur está velho. A sua saúde debilitada e a idade avançada não permitiria ele arriscar uma campanha para o Senado.
Campanha
É bom lembrar, que na campanha de 2012 como na de 2016, Arthur Neto repetiu insistentemente a “mentira” de que não aumentaria a tarifa. De 2012 pra cá, o reajuste foi de 20%.
Agora vem a pergunta: a qualidade do transporte melhorou 20%? As pessoas esperam nas paradas 20% menos do que antes? Os ônibus estão 20% mais velozes?
Claro que não!… mas o Rotta, certamente, está menos 20% acreditando nas promessas e acordos do prefeito. Arthur não conseguiu, sequer, implantar a promessa das ciclovias em quatro anos de mandato.