Máscara petista desnuda 1 (Por Osiris Silva)

Economista Osiris Silva (AM)

Nas proximidades de sua eleição para a presidente da República, em 2002, o candidato Lula da Silva esforçava-se para cativar banqueiros, empresários e a classe média. A premissa da Carta ao Povo Brasileiro, por ele escrita e assinada  era moralizar a máquina pública, varrer a corrupção e afastar o medo de que um “metalúrgico sindicalista” ocupando o Planalto pudesse lançar o Brasil no comunismo, romper contratos internacionais, decretar moratória sobre a dívida externa, reverter as privatizações e endurecer o relacionamento do Brasil com a comunidade do mundo Ocidental.
A performance do governo de Lula foi, em seu primeiro mandato, coerente com os compromissos assumidos perante o empresariado brasileiro e a comunidade internacional. Manteve a política econômica de Fernando Henrique Cardoso, assumiu a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Proer, o programa de privatizações, os programas sociais (transformados em bolsa família) criados pela primeira dama Ruth Cardoso e conservou a seu lado ministros-chave. Lula prometia construir “um Brasil solidário e fraterno, um Brasil de todos”.


Uma das bandeiras do novel governo petista era a ética, a mudança na forma de fazer política e o combate inclemente à corrupção.

Pura ilusão. Lobo disfarçado em pele de cordeiro, a máscara logo viria a cair, revelando o embuste nacionalista que seria a base do petismo no poder.  Com efeito, ao ser reeleito, consolidou-se na mente ditatorial de Lula, Dirceu e cúpula petista a noção de que o tempo da consolidação do projeto de poder à moda bolivariana chavista havia chegado.

Portanto, o jogo podia ser aberto e as veladas intenções escancaradas. Atiraram-se com fome desmedida sobre o patrimônio público no afã de fazer caixa necessário – padrão Collor de Melo – para viabilizar o projeto de poder ditatorial mantido a sete chaves nos porões do PT.

Eis que, de repente, no segundo mandato veio o mensalão e toda uma parafernália de investidas contra os cofres públicos. Porque, então, já se impunha a necessidade de eleição de seu sucessor, da maior relevância para não haver solução de continuidade ao projeto de poder. Portanto, havia a necessidade de fazer caixa, engordada por dinheiro não interessava a origem, desde que em grandes quantidades, pois a campanha seria dura.

Foi então que o “supremo guia” inventou o conveniente “poste” Dilma Rousseff, na verdade, seu mecanismo de espera para 2014, ou, no mais tardar, 2018. Com ela, todavia, os desastres da política econômica, agora comandada pelo submisso Guido Mantega, se acumularam crescentemente.
No meio de tudo veio a derrocada do pré-sal, Pasadena, subvenções escandalosas a governos ditatoriais em África e na América do Sul, como no caso do porto cubano de Muriel.

Por fim, a mãe de todos os desastres, o PTrolão. Escândalo que, além de incontáveis males que vêm causando ao povo brasileiro, simplesmente quebrou a Petrobras, criada por Getúlio Vargas em 1953 para livrar o país do imperialismo e da pobreza.

Demorou, mas o povo brasileiro se conscientizou da fraude configurada por Lula, Zé Dirceu, Dilma, cúpula e partidários petistas. Em resultado, saiu às ruas em movimentos de protesto, e passou a vaiar a “presidenta” em logradouros públicos e em campos de futebol.

O mesmo povo que os elegeu duas vezes, agora tornara-se inconveniente, marionetes das “oposições golpistas”. As greves, tanto fomentadas no ABCD paulista pelo nascente PT nos anos 1980 passou a ser “coisa de oportunista”, manipulações visando derrubar Dilma.

Os protestos das ruas (infundados, segundo mantra petista) não são do povo brasileiro. Eles afirmam, sem o mínimo pejo, que “estudantes que protestam por direitos como educação, saúde e transporte não passam de garotos mimados, filhinhos de papai; médicos e professores que exigem melhores salários e condições de trabalho são antipatriotas”.

Por conseguinte, melhor importar médicos cubanos e pagar salários aviltantes porque o grosso vai para Fidel, a conceder condições salariais descentes aos profissionais brasileiros que trabalham em hospitais e postos médicos indignos do ser humano, por infectos e desabastecidos de gases, esparadrapos e de medicação básica.

De igual maneira, metroviários e rodoviários tampouco são o povo brasileiro, porque, afinal, “tocaram o terror” antes da Copa das Copas, na qual o Brasil enterrou R$ 30 bilhões e levou de 7 x 1 da Alemanha e de 3 x 0 da Holanda.

Os sem-terra e sem-casa, que não viram o governo do PT cumprir um décimo das promessas de habitação, não passam de uns ingratos, como em agitadores (quanta ironia!) se tornou parcela do povo que, como nos anos 1960 e 70, continua a clamar por reforma agrária e condições dignas de vida ao homem do campo.

A improvisada “presidenta” Dilma Rousseff, manipulada por Lula da Silva atribui as misérias do governo petista aos adversários que ainda acreditam “em terceiro turno”, da mesma forma que Collor de Melo. Os pedidos de impeachment e as agressões contra os leilões de privatizações foram esquecidos.

O “fora FHC” na época podia, hoje é golpe. Enfim, o Brasil, na verdade continua à deriva, sem rumo definido, vítima de falcatruas políticas, de quadrilhas que, desde Brasília, desmoralizam a nação perante o mundo e transformam em pó nossas empresas e instituições.

O Brasil, tomado por mar de corrupção jamais antes visto na história deste país, com sua economia em frangalhos, além do mais está fora de acordos comerciais importantíssimos. O primeiro deles, a Aliança do Pacífico (Alianza del Pacifico), bloco latino americano criado em junho de 2012, congregando Chile, Colômbia, Peru, México e Costa Rica.

Também está fora do Tratado Transpacífico, assinado em Atlanta, Ge, em outubro de 2015, o maior acordo comercial regional da história, segundo o jornal “New York Times”.

Para retomar seu curso de progresso e dignidade política, o Brasil depende mais do que nunca de atitudes resolutas, corajosas e inarredáveis de seu povo. Há muito a fazer, não se pode tergiversar, nem perder tempo.

As prioridades consistem em não apenas extirpar o PT do governo, mas, e sobretudo, moralizar as instituições, Congresso e Judiciário, e reinfundir junto à nação brasileira confiança, esperança e crença no futuro do País.

(1) O economista e escritor Osiris Messias Araújo da Silva é ex-Secretário da Indústria, Comércio e Turismo, e da Fazenda do Estado do Amazonas, membro do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos – GEEA/INPA, produtor agrícola, além de jornalista – escreve semanalmente às quartas-feiras a coluna Visão Integrada publicada no Caderno de Economia do jornal A Crítica, de Manaus, AM.

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