Médico brasileiro descobre a cura do câncer de pele e de rim

O sonho de cientistas e de médicos de um dia conseguirem a cura do câncer está se tornando realidade e está sendo desenvolvida aqui no Brasil.


 

Das várias pesquisas realizadas por décadas a que mais vem conseguindo resultados é a Hybricell, primeira vacina brasileira aprovada pela Anvisa. É uma vacina que começa a ser utilizada pelos oncologistas no tratamento de melanoma (forma agressiva de câncer de pele) e tumores de rim.

 

O método desenvolvido pelo pesquisador José Alexandre Barbuto, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo e o Hospital Sírio Libanês de São Paulo, não cura o câncer nem substitui a quimioterapia e a radioterapia nos casos em que essas ferramentas são indicadas. Mas mostrou-se capaz de interromper o crescimento dos tumores em 80% dos pacientes que já apresentavam metástases pelo corpo.

 

O desenvolvimento da vacina consumiu dez anos de estudos. Entre 2001 e 2003, a Hybricell foi testada em 35 pacientes. Os resultados animadores foram apresentados na Cancer Immunology, Immunotherapy, uma das mais respeitadas publicações da área. Por enquanto, está aprovada apenas para casos de melanoma e tumores de rim.

 

Mas o recurso vem sendo utilizado também no combate de outros tipos de câncer, como mama, bexiga, próstata, cólon e leucemia. Vacinas semelhantes estão em desenvolvimento nos Estados Unidos, mas por enquanto nenhuma foi aprovada. Os pacientes com melanoma encontram uma vacina no Canadá (Melacine) e outra na Austrália (M-Vax).

 

Teoricamente, a estratégia funcionaria em qualquer tipo de câncer, mas é preciso comprovar o efeito em diversas formas da doença. ‘É uma grande notícia para a ciência brasileira. Afinal, é a primeira vez que um desenvolvimento desse tipo sai da universidade e entra na prática clínica’, diz Fabio Diogo, vice-presidente do Grupo Genoa.

 

O procedimento usado contra os tumores é baseada nas chamadas células dendríticas, estruturas que avisam o sistema imunológico quando alguma coisa vai mal. Nos indivíduos sadios, as células dendríticas funcionam como uma espécie de circuito interno de televisão. Viajam pelo sangue checando se tudo está em ordem no organismo.

 

Por meio da síntese de moléculas, a membrana dessas células renova a cada 20 minutos as ‘imagens’ do que está acontecendo em cada tecido visitado. Se algo errado é detectado, o alarme soa. A cena fica congelada na membrana das células por três ou quatro horas, tempo suficiente para que os linfócitos (o exército de defesa do organismo) sejam acionados e comecem a combater o inimigo.

 

As células dendríticas não dormem em serviço. Patrulham o organismo 24 horas por dia em busca de mínimas infrações. O problema é que nos pacientes com câncer o funcionamento das ‘câmeras’ fica alterado. Elas registram tudo o que acontece, mas não congelam a ‘imagem’ que aciona a brigada protetora. ‘O que os pesquisadores sempre buscaram foi uma maneira de colocar o sistema imune no jogo contra o câncer’, comenta Barbuto.

 

A equipe do doutor Barbuto dele chegou lá. As células do tumor extirpado do paciente são fundidas em laboratório com células dendríticas retiradas do sangue de doadores saudáveis. Essa é a base da vacina. A primeira dose é aplicada um mês depois da extração do tumor. O tratamento consiste em pelo menos duas doses (com intervalo de seis semanas entre cada aplicação).

Artigo anteriorRR: Policiais do Bope salvam bebê de dois meses
Próximo artigoPedro Elias anunciado como novo secretário de Saúde

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui