Ministro tripudia sobre os desempregados – por Garcia Neto

Parece que o governo ‘Dilma Rousseff 2’ está de brincadeira. Como se não bastassem tantos absurdos, o ministro do Trabalho Manoel Dias declarou, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, que a redução de cerca de 244 mil postos de trabalho só este ano “não significam que estamos vivendo um desastre”, já que no Brasil foram gerados mais de 23 milhões de empregos e que 200 ou 300 mil demissões é insignificante.


Quanta insensibilidade, mas é sempre bom falar na cara de autoridades frias, indiferentes, que não se deixam comover diante de uma situação que deve afetar não somente 244 mil pessoas, as quais se somadas a uma família de 4 pessoas, provavelmente mais de um milhão de pessoas já estejam reféns desse descalabro, são milhões de almas vivas que dependiam daquela renda mensal certa e não sabem como irão viver a partir de agora.

 

A crise econômica e política brasileira avança incólume, destruindo postos e mais postos de trabalho, provocando dores, preocupações e rangeres de dentes. Só em maio foram fechadas 115 mil vagas. Durante a campanha eleitoral, Dilma garantiu que não haveria tarifaço, não aumentaria os juros, não mudaria os direitos trabalhistas, que a educação seria prioridade, e o que se vive hoje é uma recessão econômica que deixa sem perspectivas a retomada do crescimento.

 

O ministro esquece que o mesmo governo que diz que gerou 23 milhões de empregos está gerando essas 300 mil demissões. São 300 mil famílias que terão de conviver com uma inflação escorchante que está corroendo o bolso do povo, com o crédito insuportável, com a economia estagnada, e o momento é muito delicado para menosprezar uma situação de vida que por si só já é complicada.

 

É lamentável a declaração do ministro do Trabalho, que é incapaz de perceber que qualquer emprego, qualquer tipo de trabalho perdido significa um desastre para qualquer pai de família. E mais, quem precisa voltar ao trabalho com urgência terá que se agarrar à primeira oportunidade, e com o salário reduzido.

 

*Garcia Neto é professor e jornalista

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