Moradores do interior do Acre usam barcos para sair de casas alagadas

Moradores estão usando barcos para sair de casas alagadas/Foto: Carlos Lima/ Arquivo pessoal

Moradores de Tarauacá, no interior do Acre, estão ilhados por causa do nível do rio que leva o mesmo nome da cidade. O caminho até as casas foi tomado pelas águas do manancial que atingiu 10,50 metros na medição de meio-dia desta segunda-feira (30). Conforme a Defesa Civil Municipal, o rio ultrapassou 1 metro da cota de transpordo, que é de 9,50 metros . A cota de alerta é de 8,50 metros.


O coordenador da Defesa Civil da cidade, Jyensveferpher Jardim, informou que quatro famílias já precisaram ser retiradas de suas casas no bairro Triângulo. No total, 18 pessoas desalojadas foram levadas para o abrigo instalado na escola José Augusto de Araújo.

A moradora do Bairro da Praia, um dos mais atingidos pela enchente, Luciane Menezes, de 21 anos, afirmou que para sair de casa, os moradores da região estão tendo que usar barcos.

Como ela, que mora com a mãe e dois sobrinhos, não tem nenhuma embarcação, está tendo dificuldade para comprar comida e outros itens para casa.

“A água está a uns três palmos para entrar na minha casa e o problema é que voltou a chover. Está sendo bem complicado, porque não temos como sair para comprar nada. Só conseguimos quando passa alguém de barco e dá carona. Moro nesse local há nove anos e subimos a casa em quase um metro de altura depois da última grande cheia, em 2014”, contou Luciane.

Moradora do Bairro Praia há mais de sete anos, a aposentada Ilda Louriano da Silva, de 68 anos, relatou a situação. Segundo ela, que mora com o filho, a nora e uma neta, os moradores estão tendo que pagar de R$ 2 a R$ 3 reais para poderem sair das casas com barcos.

Rio Tarauacá chegou a 10,50 metros nesta segunda-feira (30)/Foto: Divulgação

“Não tenho barco, então para sair a gente tem que pagar. Daqui de casa até onde não tem água, dá uns cinco minutos de viagem. Está tudo tomado pelas águas”, disse ela, que precisou subir o nível da casa em mais de 1,5 metro após a enchente de 2014. “Agora a água já está quase chegando na minha cozinha. E o receio é que o rio continue subindo, porque não para de chover”, alegou.

Enchente do Rio Tarauacá em 2017

Após chover mais de 40 milímetros no domingo (29), o Rio Tarauacá ultrapassou a cota de alerta, que é de 8,50 metros, e registrou 10,20 metros na medição das 12h. Com isso, os bairros Triângulo e Senador Pompeu, também conhecido por bairro da Praia, foram atingidos pelas águas.

O coordenador da Defesa Civil da cidade revelou, no domingo, que o plano de contingência está em andamento e os órgãos municipais estão de prontidão para ajudar na retirada das famílias.

No último dia 11, as águas subiram 73 centímetros em 6h e marcaram 8,86 metros. Um dia depois, o rio apresentou vazante de mais de um metro, chegando a 7,70 m. No mesmo dia, as águas voltaram a subir e marcaram 8,38 metros.

No dia 16, o nível do rio voltou a subir e ultrapassar a cota de alerta. O Corpo de Bombeiros da cidade informou que o nível do afluente estava em nove metros.

Já no dia 18, as águas do manancial marcaram 9,20 metros e atingiram o primeiro bairro da cidade. Porém, os moradores do bairro atingido, Senador Pompeu, resolveram permanecer no local. No mesmo dia, uma árvore caiu em cima de uma embarcação, com 15 pessoas da mesma família e uma adolescente de 15 anos morreu.

Moradores estão usando barcos para sair de casas alagadas/Foto: Carlos Lima/ Arquivo pessoal

Enchentes históricas

A cidade de Tarauacá enfrentou uma série de enchentes históricas há dois anos. Foram 12 ocorrências entre novembro de 2014 e março de 2015.

O ex- prefeito da cidade, Rodrigo Damasceno (PT-AC), chegou a decretar estado de calamidade pública em novembro de 2014. O nível do rio ultrapassou os 12 metros e atingiu mais de 70% da cidade.

Em dezembro do mesmo ano, o governo federal liberou R$ 794 mil para cobrir despesas com atendimentos às vítimas da enchente. Em fevereiro de 2015, o ex-prefeito afirmou que a prefeitura estimava um prejuízo de 40 milhões na zona rural e urbana. Já em março de 2015, a União liberou R$ 1.033.210 para a cidade, que deveria ser usado na execução de ações de socorro e assistência.

Fonte: BALTASHOW

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