Motoqueiros – por Flávio Lauria

Flávio Lauria é Administrador de Empresas e Professor Universitário

O problema dos motoqueiros em Manaus, vem se agravando continuamente, sem que as autoridades consigam encontrar uma solução. O resultado é que o número de motoqueiros mortos em acidentes na capital, apurado em diferentes pesquisas, não deixa dúvida de que estamos diante de uma verdadeira tragédia.


A média de mortes é de uma por dia. Mas como esse cálculo inclui apenas os que morrem nos locais dos acidentes, a estatística mais realista consta de pesquisa feita em 2019, 15 motociclistas sofrem acidentes todos os dias, sendo que um morre na hora e, dos dois outros que são internados em hospitais, em média um não sobrevive. Este é apenas um dos lados do problema, pois é preciso considerar que as mortes resultam de acidentes provocados pelo comportamento irresponsável dos motoqueiros no trânsito.

Andando em alta velocidade, realizando a todo instante manobras arriscadas entre os carros, sem respeitar a sinalização e as outras regras de trânsito, eles próprios criam todas as condições para os acidentes de que são vítimas. As outras vítimas de suas corridas desenfreadas são os motoristas de carro que, se não lhes abrem caminho imediatamente – o que em geral não é possível -, sofrem represálias de todo tipo. Os espelhos laterais de seus carros são destruídos a pontapés e, se têm a infelicidade de se envolver em acidentes com um deles, são logo cercados por uma multidão de outros motoqueiros dispostos a um linchamento.

Flávio Lauria é Administrador de Empresas e Consultor.

Os motoqueiros – cujo número segundo as últimas estatísticas é de 50 mil na capital – alegam, com razão, que as empresas para as quais a maioria trabalha são as principais responsáveis por tudo isso, na medida em que exigem deles extrema rapidez nas entregas de que são encarregados. É por elas, portanto, que a Prefeitura deve começar obrigando-as a respeitar um certo número de regras para obter licença de funcionamento – entre elas a obrigatoriedade de que os motoqueiros usem uniformes que permitam sua rápida identificação – cujo descumprimento acarretaria penalidades administrativas.

As autoridades encarregadas do trânsito, por sua vez, precisam fiscalizar com muito maior rigor do que vêm fazendo o comportamento irresponsável dos motoqueiros. Se seu habitual desprezo pelas mais elementares regras de trânsito fosse punido exemplarmente, isto já seria uma grande contribuição. Querer resolver o problema, atacando-o quase exclusivamente pelo lado dos motoqueiros, não levou e não levará a nada. Só uma ação firme e conjugada de fiscalização sobre as empresas e os motoqueiros será capaz de produzir bons resultados.

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