
Promotores do Ministério Público de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), investigam uma possível ligação entre o Corinthians e o Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção criminosa do estado. A suspeita é que o PCC tenha se infiltrado no clube por meio de pessoas próximas à direção, especialmente durante o carnaval, uma estratégia que a facção já utilizou em outras situações para facilitar suas operações.
A principal hipótese levantada pelos promotores é que o PCC estaria utilizando o Corinthians como um meio para lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas, uma prática que já foi identificada em outros setores, como no transporte público e em contratos de serviços com prefeituras da região metropolitana e do interior de São Paulo. Além disso, investigações apontam que a facção também estaria envolvida em Organizações Sociais que prestam serviços na área da saúde.
Fontes de dentro do clube indicam que a conexão com o PCC pode estar relacionada a pessoas ligadas à gestão do atual presidente, Augusto Melo, e de outros membros da cúpula do Corinthians. No entanto, até o momento, não há provas concretas que liguem diretamente o presidente ao crime organizado.
O jornalista Wagner Vilaron, ex-Superintendente de Comunicação do Corinthians, será ouvido pelo Ministério Público e pela Polícia Civil nesta semana. Ele foi uma figura importante no início da gestão de Melo no clube.
As investigações sobre o caso VaideBet, que trouxe à tona essas suspeitas, continuam e devem se estender até o final do ano. Os investigadores estão analisando dados bancários obtidos por meio da quebra de sigilo de pessoas e empresas ligadas ao caso. Entre as denúncias que impulsionaram a investigação, destaca-se a de Rubens Gomes, ex-diretor de futebol do Corinthians, que apontou a infiltração do crime organizado no clube. Outras fontes internas confirmaram suas alegações.
Além do carnaval, outras possíveis portas de entrada do PCC no Corinthians podem incluir as casas de apostas, torcidas organizadas e seguranças do clube. A casa de apostas VaideBet, que rescindiu o contrato de patrocínio com o Corinthians em junho deste ano, após alegações de violação de uma cláusula anticorrupção, também está no centro das investigações. O acordo, que previa um patrocínio de R$ 370 milhões ao clube, foi encerrado antes do término do primeiro semestre de 2024.
O Corinthians, por sua vez, alega que todas as negociações de patrocínios foram realizadas de maneira legal e com empresas devidamente constituídas.
Fonte: CNN Brasil