MP vai enviar 60 militares da Força Nacional para Roraima

Tensão entre brasileiros e venezuelanos registrados em Pacaraima - Foto: Wendel Pereira do Vale

O Ministério da Segurança Pública informou neste sábado (18) que enviará, na próxima segunda-feira (20), 60 militares da Força Nacional para Roraima a fim de apoiar o contingente que já atua no estado a conter episódios de violência entre brasileiros e venezuelanos.


Segundo a pasta chefiada por Raul Jungmann, foi solicitado neste sábado um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para transportar o efetivo, que vai se somar, de acordo com o ministério, a 43 militares da Força Nacional que já atuam em Roraima.

Neste sábado, a cidade de Pacaraima (RR), que fica na fronteira entre Brasil e Venezuela, registrou atos de violência e destruição em acampamentos de imigrantes venezuelanos.

A situação, segundo a Polícia Militar, é consequência de um assalto a um comerciante na noite desta sexta-feira (17).

A TV Globo apurou que, neste domingo (19), o presidente da República, Michel Temer, deve se reunir com Jungmann e os ministros das Relações Exteriores e do Gabinete de Segurança Institucional. O encontro servirá para avaliar a situação em Roraima.

Em nota, o governo de Roraima defendeu o fechamento temporário da fronteira entre os dois países e cobrou ações do governo federal.

Também em nota, a Força Tarefa Logística Humanitária disse que deslocou uma equipe médica para prestar auxílio a possíveis vítimas de manifestações contra imigrantes.
Reflexo da crise econômica

Tensão entre brasileiros e venezuelanos registrados em Pacaraima – Foto: Wendel Pereira do Vale

O colapso econômico levou o fluxo migratório da Venezuela ao Brasil a aumentar desde 2015. Neste ano, com a piora da crise, a imigração se intensificou, especialmente por terra. Assim, os venezuelanos têm de cruzar, muitas vezes a pé, a fronteira com o município de Pacaraima, norte de Roraima.

O fluxo provocou reações em Roraima e na cidade fronteriça com cerca de 10 mil habitantes. O prefeito do município estudou, em fevereiro, decretar estado de calamidade por causa do número de venezuelanos acampados na cidade.

A imigração continuou. Assim, desde o começo deste mês, o governo de Roraima e órgãos do judiciário travam batalhas para fechamento ou controle das fronteiras com o país de Maduro. Veja a sequência:

1° de agosto: A governadora de Roraima, Suely Campos (PP), assina decreto para endurecer as regras de acesso dos venezuelanos a serviços públicos do estado, que seria restrito apenas a imigrantes com passaporte;

3 de agosto: A Advocacia Geral da União (AGU) pede ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão imediata do decreto do governo de Roraima por considerar que o ato é inconstitucional;

5 de agosto: O juiz federal Helder Girão Barreto, da 1ª Vara da Federal de Roraima, determina a suspensão do ingresso e a admissão de imigrantes venezuelanos no Brasil. De acordo com a Justiça Federal, a decisão se refere a entradas feitas pela fronteira do país com o estado de Roraima. A liminar não abrangia outras nacionalidades e vetava apenas a entrada de venezuelanos.

7 de agosto: A fronteira do Brasil é reaberta para imigrantes venezuelanos após decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Fonte: G1

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