MPF denuncia lobistas supostamente ligados ao PMDB, acusados na Lava Jato

Eles foram denunciados por envolvimento de propinas/Foto: Tânia Rego

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou os lobistas, supostamente, ligados ao PMDB, Jorge Luz e Bruno Luz. Os dois foram acusados na Operação Lava Jato por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com o MPF, eles colaboraram para atender os interesses do Grupo Schahin em contratos da Petrobras pela aquisição e operação de sondas para exploração de petróleo.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, Jorge e Bruno Luz mediaram o recebimento de vantagens indevidas a parlamentares do PMDB. Entre eles, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, condenado na quinta-feira (30) pelo juiz federal Sérgio Moro. A acusação afirma que os denunciados têm ligação com acordos que envolviam a distribuição de propinas para que a estatal controlasse navios-sonda coreanos entre 2006 e 2009.


Presos preventivamente desde 25 de fevereiro, Jorge e Bruno foram denunciados junto com executivos do grupo Schahin, Milton Schain e Fernando Schahin, os doleiros Jorge Davies e Raul Davies, o ex-funcionário da Petrobras Agosthilde Mônaco, e os ex-gerentes da Área Internacional da Petrobras, Demarco Epifânio e Luis Carlos Moreira. Eles passam a ser réus em ação na Justiça Federal de Curitiba, se o juiz Sérgio Moro aceitar a denúncia.

Eles foram denunciados por envolvimento de propinas/Foto: Tânia Rego

A denúncia utiliza informações obtidas na 38ª fase da Lava Jato, batizada de Blackout. Além de provas, o MPF utilizou depoimentos, quebras de sigilos e documentos fornecidos por agentes públicos e políticos que firmaram acordos de delação premiada.

Entre os fatos citados na denúncia, está a contratação do navio-sonda Petrobras 10.000 ao custo de US$ 586 milhões entre 2006 e 2008. Na ocasião, segundo o MPF, Jorge e Bruno Luz atuaram junto aos lobistas Fernando Soares, também conhecido como Fernando Baiano, e Júlio Camargo e ao ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, para o pagamento de US$ 15 milhões em propina.

Uma parte do valor teria sido destinada a parlamentares do PMDB. A outra, para funcionários da Petrobras. A tarefa de Jorge e Bruno seria intermediar os recebimentos para políticos do PMDB por meio de lavagem de dinheiro com uso de conta oculta na Suíca, controlada pelos dois acusados, e com a indicação de contas no exterior dos doleiros uruguaios Jorge e Raul Davies, para repasse a políticos.

O documento também cita a contratação, em 2007, do navio-sonda Vitoria 10.000, por US$ 616 milhões após pagamento de propina de US$ 25 milhões. Segundo o MPF, funcionários da Petrobras usaram contas no exterior para receber os valores. Demarco Epifânio teria contado com o auxílio do ex-funcionário da estatal, Agosthilde Mônaco, para ter acesso a uma conta oculta.

Os executivos do Grupo Schahin foram acusados de oferecer propina e US$ 2,5 milhões a funcionários da Petrobras para viabilizar a contratação da Schahin Engenharia para a operação do Vitoria 10.000, ao custo de US$ 1,6 bilhão. A denúncia do MPF afirma que, nesta ocasião, os lobistas supostamente ligados ao PMDB, Jorge e Bruno Luz, atuaram novamente. Desta vez, em conjunto com Milton e Fernando Schahin, com a intermediação do pagamento de propina por meio de contas ocultas no exterior.(iG/AgBr)

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