Com o objetivo de proteger os indígenas, o Ministério Público Federal (MPF) pediu ao governo Jair Bolsonaro que adote medidas capazes de evitar o avanço do coronavírus nas aldeias. Em documento, o órgão ministerial aponta lentidão na tomada de algumas providências e alerta para o risco de genocídio dos povos indígenas.
Historicamente, há maior vulnerabilidade biológica desses povos a viroses, em especial às infecções respiratórias. Os 32 procuradores da República signatários do documento citam “dezenas de casos de genocídio” provocados por epidemias, registrados em documentos oficiais, como os relatórios Figueiredo, de 1967, e da Comissão Nacional da Verdade, de 2014. Além disso, as doenças do aparelho respiratório ainda continuam sendo a principal causa de mortalidade infantil na população indígena.
Ente as medidas solicitadas ao Executivo estão a inclusão dos indígenas em grupo prioritário de vacinação contra gripe, o fornecimento de alimentos e produtos de higiene às aldeias, a descentralização de recursos e de licitações para aquisição de material de combate e prevenção à nova doença, além da distribuição de testes.
Na última quarta-feira (1º), o Brasil registrou o primeiro caso de índio com a Covid-19. A paciente é uma mulher de 20 anos, da etnia Kokama, moradora de uma aldeia no Oeste do Amazonas.
