Muito Além do Peso – por Isabela Abes Casaca

laymapfinal510facebookvs1Em 2013 veio ainda mais atona, com a estréia do documentário Muito Além do Peso, os resultados e consequências de uma alimentação insalubre, trazendo um enfoque especial na alarmante possibilidade de toda uma grande parte de geração de crianças que viverá menos que a geração que a antecedeu.


Todavia, a reflexão proposta no longa também se estende aos jovens e adultos, haja vista a infeliz epidemia de obesidade que se apresenta em nossos tempos. Para se ter uma ideia, no ano retrasado a Organização Mundial de Saúde publicou um relatório revelando que 12% da população mundial é obesa.

Se analisarmos seriamente a estatística veremos que não é um número a se desprezar, 12% de 7 bilhões de seres humanos é muita gente. Outra informação importantíssima, segundo publicação da revista Circulation Journal, mais de metade da população mundial está acima do peso. E por fim, no Brasil, segundo pesquisa do Ministério da Saúde, quase metade dos brasileiros estão ultrapassando a pesagem ideal.

Entretanto, não são necessárias tantas estatísticas para provar tal realidade, quem tem olhos para ver, pode facilmente constatá-la num passeio público. Não se trata meramente de uma questão estética, esta é apenas uma das óticas pela qual podemos analisar o assunto, existem muitas outras janelas pelas quais podemos observar a questão: saúde, psicologia, social, econômica etc.

Quanto a primeira, a obesidade traz além do óbvio ganho de massa-gorda doenças como hipertensão, diabetes, trombose, apneia, asma, neoplasia, infertilidade e depressão. A harmonia daquele corpo não está próxima ao equilíbrio, o que nos liga com a segunda ótica acima mencionada, afinal mens sana in corpore sano, revelando que algo na psique daquele ser não está harmonizado.

Socialmente podemos constatar fazer-se mister uma reeducação dos indivíduos, para procurarem um estilo de vida mais saudáveis. Economicamente, fica a reflexão, será que todo esse extremo foco em trabalho, produção, consumo e afins não está depredando a saúde dos seres humanos? Será que não é hora de uma desaceleração?

fat_evolution1Levando em conta que não é apenas uma pessoa, mas um enorme contingente de pessoas atravessando aquele problema fica demonstrado que há algo na “nova ordem mundial” fora da Ordem Natural das coisas.

Estela Renner, uma das produtoras do documentário em entrevista fez o seguinte relato:

mi_316989949134180 (1)O que me deixou mais impressionada de verdade é o fato da gente estar fazendo um filme que fala muito sobre os excessos, excesso de consumo, excesso de peso, excesso de açúcar.

E na verdade, quando encontrei a Nathaly, que era uma menininha de seis anos do filme, que não tinha nada, faltava educação, faltava saúde, na casa dela só tinha um buraco no chão que era um banheiro que ela divida com oito irmãos, um beliche e quando perguntei pra ela, uma menina com sobrepeso:

Nathaly, tem alguma coisa que falta na sua vida?

Ela falou: Sentido.

Isso daí pra mim marcou muito, porque é aí mesmo, a gente está fazendo um filme sobre obesidade infantil, mas na verdade é um filme sobre fome, é um filme sobre fome de humanidade, fome de educação, fome de atitude… Falta sentido mesmo…

E você, você tem fome de que?

[author image=”http://oi59.tinypic.com/md2p28.jpg” ]Isabela Abes Casaca é graduanda em Direito e integrante do movimento Novo Ágora. Considera-se escritora amadora.[/author]

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