
Com o fim do período chuvoso, o nível do Rio Negro já conta com a redução de 31 cm nos últimos 17 dias. A medição foi divulgada pelo Porto de Manaus. De acordo com o boletim de monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a bacia já está em processo de vazante.
Neste ano, a cota máxima atingiu 29,42 metros, superando o estimado pelo CPRM – que previa uma variação entre 29,18 metros a 29,33 metros.
A cota máxima foi alcançada no dia 22 de junho e se manteve até o dia 25 do mesmo mês. A partir do dia seguinte, o nível do rio começou a ter uma redução – em média – de até 3 cm por dia.
Somente neste mês de julho, a cota reduziu 22 cm, chegando a 29,10 m.
Segundo boletim hidrometeorológico do CPRM, o Rio Negro apresentou nas estações analisadas cotas estáveis nas últimas semanas. Entretanto, no Porto de Manaus, houve redução do nível.
A cota histórica máxima já atingida pelo rio foi de 29,97 metros em maio de 2012. Já a mínima histórica foi de 13,63 metros, em outubro de 2010.
Estiagem em outras calhas
Em levantamento realizado pelo CPRM, as calhas dos rios Solimões, Purus, Madeira e Amazonas também já iniciaram o processo de vazante.
Apesar do Rio Solimões apresentar cotas expressivamente altas para o atual período do ano na maioria das estações monitoradas, ele está em processo de vazante em toda a bacia hidrográfica. Em Tabatinga por exemplo, a cota é de 9,11 metros na sexta-feira (12).
Na primeira quinzena de junho, as águas do Solimões invadiram o município do Careiro da Várzea e transformaram a paisagem e a vida dos moradores. Pontes de madeira foram construídas pelo poder público para auxiliar a mobilização da população. O Careiro da Várzea possui mais de 30 mil habitantes. Aproximadamente 95% do município foi construído em terras alagáveis durante a cheia.

Já na região da foz do Rio Purus – na estação do município de Beruri – o nível do rio vem reduzindo nos últimos dias, em processo de vazante com 21,21 metros.
Ainda de acordo com o CPRM, em Humaitá, o Rio Madeira se encontra em processo de vazante. Ele desceu 60 cm nos últimos dias.
Já o Rio Amazonas apresenta cotas altas para o período nas estações monitoradas, porém reduzindo o nível nas últimas semanas, em processo de vazante.
Prejuízos da cheia em Manaus
Por conta da cheia do Negro, em 5 de junho, a prefeitura de Manaus decretou situação de emergência na capital. O decreto é importante para que a administração pública possa promover ações de combate aos danos causados pela enchente dos rios Negro e Amazonas – pelo prazo de 180 dias.
Moradores de 14 bairros sofreram com o avanço das águas: Aparecida, Betânia, Comunidade do Céu (Centro), Colônia Antônio Aleixo, Compensa, Educandos,São Geraldo,Tarumã,Santo Antônio, São Jorge, Puraquequara, Presidente Vargas, Mauazinho, Raiz.
De acordo com informações repassadas pela Defesa Civil do Município, durante a operação “SOS Enchente 2019”, foram identificadas 2.271 famílias residentes em áreas de alagação na capital.
No Centro da cidade, as águas invadiram as ruas Barão de São Domingos e dos Barés, causando prejuízo aos comerciantes locais e dificultando o tráfego de veículos.
Fonte: G1