Nossos professores estão sofrendo – por Genoveva Ribas Claro

Genoveva Ribas Claro, coordenadora do curso de Psicopedagogia da Uninter/Foto: Divulgação

A violência, a injustiça e a corrupção que permeiam nossa sociedade exigem, cada dia mais, um novo perfil de profissional da educação. Ele deve ser um agente de formação humana e preparar os estudantes para a cidadania, para a inclusão, para respeitar as diversidades. Porém, se isso é benéfico para a sociedade, tem gerado uma sobrecarga de atividades nos professores.


As instituições de ensino têm sido constantemente transformadas por políticas públicas, que ampliaram sua atuação devido ao avanço das condições democráticas. Essas transformações impactam diretamente a rotina de trabalho dos professores, que precisam se adequar às novas metodologias de ensino e às necessidades da sociedade moderna.

Entre as novas exigências, estão a eficiência e eficácia do ensino, a formação de cidadãos para o mundo globalizado e para o mercado de trabalho. São habilidades que vão além do âmbito da transmissão de conhecimento, das técnicas e das didáticas – envolvem também a capacidade de formar valores. Isso pode ser constatado nas declarações da Organização Internacional do Trabalho, que ressaltam o “papel central” do professor na sociedade, uma vez que são responsáveis pelo preparo do cidadão para a vida.

Genoveva Ribas Claro, coordenadora do curso de Psicopedagogia da Uninter/Foto: Divulgação

Essas mudanças no sistema educacional, principalmente as que se referem à busca de resultados rápidos, influenciam a saúde mental do professor. A psicologia investiga os principais transtornos mentais que levam professores do ensino fundamental a serem afastados do trabalho. As pesquisas já concluem que as condições de trabalho e a atividade docente têm grande influência nos afastamentos.

O mal-estar do professor é caracterizado por sentimento de impotência e de inutilidade, desespero e baixa autoestima. Esse sofrimento mental leva os professores à depressão, patologia que mais afeta os trabalhadores docentes nos últimos anos. Além disso, houve um crescimento significativo dos casos de transtorno afetivo bipolar e de transtorno de ansiedade.

Ensinar por si só já é uma atividade estressante e, dependendo do grau de estresse a que a pessoa é submetida, há consequências diretas na saúde mental e física. Frente a isso, a dimensão crítica da pesquisa na área da educação reconhece um contexto histórico que exige retomar algumas fases importantes da relação do professor, trabalho e saúde.

Os profissionais de educação são apontados como os mais afetados em maior ou menor grau pelo estresse, prejudicando as relações profissionais e interpessoais, levando deterioração crescente da qualidade de vida nos diversos âmbitos do trabalho humano e na vida pessoal. É importante ressaltar que pesquisas são importantes para estabelecer políticas públicas eficazes na contemplação da prevenção, do diagnóstico e tratamento para os professores.

Autora: Genoveva Ribas Claro, coordenadora do curso de Psicopedagogia do Centro Universitário Internacional Uninter.

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