Nova reforma trabalhista de Bolsonaro ameaça Lei e o Trabalhador

Centrais condenam nova reforma trabalhista de Bolsonaro: "obsessão da elite para extinguir qualquer proteção ao trabalhador" - foto: recorte/ilustrativa

As centrais sindicais negam que a flexibilização trabalhista resolveria o problema do alto desemprego e melhoraria as condições para os informais, como diz o governo Jair Bolsonaro, e lembram que o Brasil era um país em crescimento antes da Reforma Trabalhista de Michel Temer após o golpe contra Dilma em 2016.


Presidentes de centrais sindicais brasileiras assinaram nota para denuncia nova reforma de Jair Bolsonaro que retira direitos trabalhistas. O governo insiste na votação de um projeto que flexibiliza a legislação trabalhista, alegando que isso vai melhorar as condições para os informais.

O próximo presidente terá muito trabalho para voltar a ordem no Brasil – foto: recorte/CUT

“Trata-se, mais uma vez da obsessão política de uma perigosa elite financeira de extinguir qualquer amparo e proteção ao trabalhador”, diz nota assinada por representantes da CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, CSP – Conlutas, Intersindical Central da Classe Trabalhadora, Intersindical – Instrumento de Luta e  Pública Central do Servidor.

As centrais negam que a flexibilização trabalhista resolveria o problema do alto desemprego e melhoraria as condições para os informais, como diz o governo Bolsonaro. “É mais uma manobra que insiste em aprofundar a reforma de Michel Temer. Uma reforma que conduziu o Brasil à crise que eles mentirosamente dizem tentar resolver: aumento recorde do desemprego e da miséria”, argumentam.

Éramos um dos mais industrializados

A nota lembra ainda que, antes da Reforma Trabalhista imposta por Michel Temer (MDB) após o golpe de 2016 contra Dilma Rousseff (PT), “o Brasil estava no caminho do crescimento. Estávamos na lista dos países mais industrializados, o desemprego era baixo, pouco a pouco a desigualdade diminuía e o povo brasileiro vivia a amplamente noticiada ascensão da Classe C, com maior acesso a bens e serviços. Tudo sob plena vigência da CLT”.

Depois de a carteira verde amarela e a MP 1.045 terem sido derrotadas pela pressão, resistência e luta do movimento sindical, o governo Bolsonaro tenta mais uma vez implementar uma nova reforma trabalhista, sob o manto parlamentar. Trata-se, mais uma vez da obsessão política de uma perigosa elite financeira de extinguir qualquer amparo e proteção ao trabalhador.

Essa elite nem sequer disfarça sua falta de argumentos para tal investida. Agora, por meio de seus porta-vozes no governo, defende que a “flexibilização trabalhista resolveria o problema do alto desemprego e melhoraria as condições para os informais”. É mais uma manobra que insiste em aprofundar a reforma de Michel Temer. Uma reforma que conduziu o Brasil à crise que eles mentirosamente dizem tentar resolver: aumento recorde do desemprego e da miséria.

Plena vigência da CLT

Nos anos anteriores à reforma de 2017, o Brasil estava no caminho do crescimento. Estávamos na lista dos países mais industrializados, o desemprego era baixo, pouco a pouco a desigualdade diminuía e o povo brasileiro vivia a amplamente noticiada ascensão da Classe C, com maior acesso a bens e serviços.

Tudo sob plena vigência da CLT. Na contramão daquele crescimento, ao retirar ainda mais direitos, o governo aumentará o contingente de desempregados e miseráveis que, oprimidos pela necessidade de sobrevivência, acabarão se dispondo a trabalhar em qualquer condição para poder comer e, com sorte, morar em algum lugar. Talvez seja essa a ideia desse grupo.

Além de repudiar, resistiremos e reagiremos contra essa e qualquer outra medida nefasta. Vamos dialogar com os parlamentares e pressioná-los, organizar manifestações e também mostrar para as nossas bases, em 2022, quais os candidatos que estão comprometidos com os interesses dos trabalhadores. Como na luta exitosa que fizemos contra a MP 1.045: “se votar, não volta”.

O Jair é o maior defensor do ‘fim’ da justiça do Trabalho – foto: recorte/arquivo

Desempregados

Reafirmamos que para gerar emprego digno e melhorar as condições de trabalho é preciso investir em infraestrutura e em setores intensivos de mão de obra, dar atenção especial às micro, pequenas e médias empresas, investir em educação e formação profissional, além de reindustrializar o país fomentando o crescimento e cobrindo os desempregados e os informais com postos de trabalho e direitos previstos na CLT.

Garantir direitos e valorizar o trabalho proporciona ao conjunto dos trabalhadores maior segurança para se planejar, tempo livre remunerado, fundo de garantia e poder de consumo. E essa é a mais poderosa força para aquecer a economia e promover o crescimento inclusivo de um país.

Sergio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)

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