Novo exame preventivo reúne especialistas em Audiência na CMM

Médica Elisabete Azevedo participou dos debates/Foto: Robervaldo Rocha

A implementação de um novo método de coleta de material para o exame Papanicolau, foi o assunto da Audiência Pública, realizada pela Comissão de Assuntos Sóciocomunitários da Câmara Municipal de Manaus, presidida pela vereadora Socorro Sampaio (PP), na tarde de ontem, quarta-feira (28), no Legislativo Municipal.
O evento contou com a presença da presidente da Sociedade Amazonense de Patologia, Elisabete Azevedo, do diretor do Laboratório de Citopatologia, Edson Gomes, da presidente do Conselho Regional de Farmácia, Ednilza Guedes, de representantes da ONG/CRAMER, prefeitura de Manaus e da ginecologista Mônica Bandeira de Melo, que realizou uma palestra explicando como funciona o método de “Citologia em meio líquido”, nos exames Papanicolau.


Com o tema ‘O Novo Preventivo do Câncer de Colo Uterino para o SUS’, a Mônica, que faz parte do corpo médico da Fundação Cecon, palestrou sobre a possibilidade de inserção no serviço público de saúde de Manaus e do estado Amazonas o método de coleta de material para o exame Papanicolau (Citologia em Meio Líquido) nos procedimentos médicos da região. Segundo dados apresentados pelo DATASUS exibidos em sua palestra, no ano passado, o número de óbitos por câncer de colo uterino registrados no Amazonas foram de 289 mortes de mulheres e, de janeiro a maio, foram registradas 131 mortes de mulheres diagnosticadas com a doença no Estado.

“Uma das vitórias do Amazonas foi a implantação da vacina contra o HPV em meninas de 11 anos de idade, sendo que esse resultado apenas será apreciado daqui a dez anos, portanto deve ser feito um ação enérgica e rápida para diminuir os casos de câncer em mulheres do Estado do Amazonas”, relatou Mônica Bandeira.

De acordo com Elisabete Azevedo, presidente da Sociedade Amazonense de Patologia,o método de Papanicolau convencional amplamente utilizado na rede pública do país, há uma especificidade de (98%), porém existe uma baixa sensibilidade, ao redor de 51%. Um dos principais problemas ocorre na coleta da amostra e na execução do “esfregaço na lâmina”, levando a artefatos variados que interferem na avaliação citológica e a diagnósticos inconclusivos.

De acordo com Mônica, a Citologia em Meio Líquido é o método em que as células removidas do colo uterino são imediatamente colocadas em um líquido fixador e enviadas a um laboratório onde será realizado o procedimento técnico. Segundo Mônica, em sua palestra, esse método diminui a percentagem de amostras insatisfatórias e ainda permite a utilização da amostra residual em testes moleculares e na confecção de novas lâminas (exames).

O monitoramento externo de qualidade em Colpocitologia (Papanicolau) de laboratórios de patologia conveniados ao SUS no Estado de São Paulo, realizado pelo instituto Adolfo Lutz em parceria com a Fundação Oncocentro desde 2000, tem apontado índices alarmantes de exames insatisfatórios ou inconclusivos no decorrer desses anos. O problema das amostras insatisfatórias tem sido, sobretudo, relatado em diversos estudos.

“A audiência foi um sucesso, mas gostaria que o poder público dê maior importância e se sensibilize com esse problema, pois coloca em risco à saúde da mulher do Estado do Amazonas, e o que não se pode aceitar, são mulheres doentes morrendo na flor da idade. Temos que ter a consciência de que é melhor prevenir do que remediar, pois os custos do Estado em relação à saúde podem cair vertiginosamente, sendo que o tratamento do câncer é muito caro e doloroso”, disse Socorro Sampaio.

Artigo anteriorAP: casal é preso após ‘derrame’ de dinheiro falso em Santana
Próximo artigoMA: Ministério Público discute segurança de estudantes em São Luís

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui