
Considerada uma epidemia global pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a tuberculose (TB) é uma doença contagiosa, que atinge principalmente os pulmões, podendo afetar também outros órgãos do corpo. Para alertar a população sobre a gravidade do problema, foi instituído o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, em 24 de março. Nas Américas, somente o Brasil é responsável por um terço (33%) de toda a carga da infecção, no qual o líder nacional é o estado do Amazonas.
Segundo o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado em 2017, o estado lidera, há quatro anos, o ranking brasileiro de tuberculose, com 67,2 casos a cada 100 mil habitantes. Em resposta a essa emergência global, é necessário um conjunto articulado de ações que vão além da vigilância epidemiológica. “Estes incluem diagnóstico rápido e preciso para detectar novos casos e resistência da bactéria, tratamento rápido e eficaz para a TB resistente aos medicamentos, medidas de prevenção adequadas – como vacinação e tratamento da TB latente, bem como proteção social e medidas de apoio para pacientes com TB”, destaca o infectologista e consultor médico do Sabin, Marcelo Cordeiro.
Uma das novidades no combate à doença é a recomendação da OMS para expansão dos testes diagnósticos e tratamento da tuberculose latente. A TB latente é uma condição em que o indivíduo está infectado pela bactéria, mas não apresenta sintomas. No entanto, essa pessoa apresenta um alto risco de desenvolver a doença no futuro.
Atualmente existem dois exames recomendados pela OMS para o diagnóstico da TB latente: a prova tuberculínica (conhecido como PPD) e o interferon-gamma release assay (conhecido como IGRA). Apenas o primeiro está disponível na rede pública de saúde e o outro é encontrado somente na rede particular.

Uma das estratégias fundamentais do órgão internacional é diagnosticar e tratar as pessoas com maior risco de desenvolvimento da doença. “Por isso também ampliou o número de grupos prioritários e está recomendando dois novos regimes de tratamento, mais curtos, para tratar a infecção”, informa o infectologista.
No Laboratório Sabin, com 12 unidades em Manaus, o IGRA é realizado a partir de uma amostra de sangue, coletada sem a necessidade de jejum (ensaio imunoenzimático). O resultado é entregue em até 7 dias úteis.
Sintomas e tratamento
“A tuberculose é completamente curável. O tratamento, porém, dura no mínimo seis meses e precisa ser seguido corretamente, pois a interrupção antes desse prazo pode tornar a doença resistente aos medicamentos, com sérias consequências para o paciente, inclusive podendo levá-lo a óbito”, assegura Marcelo Cordeiro.
Ainda conforme o infectologista, apesar da tuberculose ser capaz de atingir qualquer órgão, a forma pulmonar é a mais importante. Além de ser o mais frequente, o acometimento do pulmão é a condição que permite a transmissão da bactéria de uma pessoa para outra. O principal sintoma desse tipo de tuberculose é a tosse (seca ou produtiva), podendo estar acompanhada de outros sintomas, como falta de apetite, perda de peso, febre e suores noturnos. Ao apresentar esses sintomas, a pessoa deve procurar a unidade de saúde mais próxima de sua residência.