Caro Chico, ôps, caro Praciano, ôps, caro…sim, você mesmo, candidato a Senado, na chapa do Senador Eduardo Braga…já não sabemos mais quem é você…putz, acho que nem mesmo você sabe mais quem é…lembra do que você falava desse pessoal com quem anda junto hoje?
Estamos todos órfãos porque o Praciano que conhecíamos morreu. Foi enterrado. Só se fala disso nos bares da cidade. Nas rodas sociais. E seus desafetos riem, aquele riso de hiena. Nem mesmo eles esperavam tanto de você, ex-companheiro!
Andamos vendo umas fotos suas. Aquela altivez sua ex-companheiro, deu lugar a um ser acanhado, acabrunhado, jeito de retirante humilhado pelas dores do mundo, esses mesmos seres que você um dia representou, e que trocou, pelas luzes da vaidade.
Desculpem-nos o desabafo, mas estamos falando o que talvez seus atuais parceiros não tenham coragem de dizer.
Acho que o Omar subestimou você. A leitura foi errada. Você representava um sonho que amanheceu vencido, com gosto amargo, de ressaca, com dores no corpo e cabeça pesada do cidadão amazonense, do estudante, do trabalhador, do agricultor, de gente de bem que acreditava em você. Morreu a lenda. Ficou o pó da terra.
Dói no coração do povo a sua fase atual. Uma dor que sangra. Mas, o sangue do povo sempre foi tributo no altar dos magos do mal e você, ex-companheiro, apunhalou bem forte, o coração do povo que lhe amava.
Ex-companheiro!.. Olhe pra você… você sempre foi um cabra da peste. Olhe para as águas do rio Amazonas ou do Rio Negro e se veja refletido nelas. Você não pertence a essa alcateia com quem anda. Você é um cidadão de bem. Deixe que eles sigam sua história. Volte para o povo que você um dia representou. Sem ele você nada é. Nem senador, nem vereador, nem sindico do seu condomínio. Nem o cidadão que acreditamos ainda ser.
Carta de uma amigo(ex)
