O caminhar do sujeito – Por Max Diniz Cruzeiro

Neuro cirurgião Max Diniz Cruzeiro (DF)

O caminhar do sujeito é aquele cheio de significação, que se implica a cada passo que caminha no ambiente, que é cônscio do que sua atividade é capaz de provocar como interferência sobre o meio, capaz de reconhecer os próprios erros, limitações e apreensões.


É um tipo de caminhar que gera reflexão, reflexão de si mesmo, da interferência sobre o outro e do ambiente. É um cálculo de ação que pode ser milimetricamente representado, e que se limita para não criar atrito suficiente no ambiente para que outros indivíduos se ressintam e venham a gerar dor psíquica.

É um caminhar que se impõe frente ao outro, mas onde a delimitação do caminho é bem definida, onde a personalidade está bem delineada e é possível dizer o que verdadeiramente se pensa ser o que é, sobre si mesmo.

Neste caminho pouco importa a transferência da culpa, da mágoa, do ressentimento, porque se sabe ao certo qual a parcela que cada a si mesmo em termos de representação desta identidade. Se busca ser o máximo consciente de si mesmo, para afetar o mínimo o indivíduo que está ao seu lado.

Nesta relação as transferências que são executadas é um tipo de transcrição da verdade sobre o que pensa sobre si mesmo. No qual se diz ao outro como é a forma de produção do raciocínio, como uma sinalização racional do que está sendo dito e da forma que se pretenda influenciar o outro.

Isto não significa que o caminhar do sujeito sinalize um tipo de cumplicidade, mas uma forma de relacionar-se com o mundo, no qual o espaço interno as vezes fica descoberto, para sinalizar o que se apreende e como se comporta e projeta o espaço interior.

O caminho as vezes é tortuoso, porque requer um pouco de atitude por parte do outro, porque se é observado por dentro, se sabe como é verdadeiramente a parte interna do outro.

Por esta razão é pouco alcançado devido ao medo do revide, devido ao medo do aproveitamento da situação, devido ao medo do falseamento do outro, devido ao medo da ruptura de demonstrar como verdadeiramente se o é.

Neuro cirurgião Max Diniz Cruzeiro (DF)

São poucos que agem desta forma porque há que se ter um grau de compromisso para si mesmo, um tipo de despertar para uma demonstração de transparência, de um tipo de parcimônia que não existe como uma poupança, porque o que se faz o verdadeiramente se é representado.

Talvez pela falta de confiança e a sinceridade no outro este tipo de caminhar encontra-se exposto para poucas pessoas, por um vínculo dos medos pronunciados nos parágrafos anteriores que inibe a iniciativa de ser transparente.

Requer um tipo de atitude que se tenha um compromisso consigo mesmo, em demonstrar como você se sinaliza para si mesmo, para o outro e para o universo.

O caminhar do sujeito é rigoroso consigo mesmo, e observador em relação aos demais. Passa a se cobrar muito mais intensamente diante das faltas, e a se projetar como uma pessoa desnuda diante do destino.

Por vezes essa pessoa desnuda é vil no olhar do vulgar, não sabe se comportar, profana os templos, faz heresias, porém transmite aquilo que está dentro de si, ou que faz repercutir dentro de si, numa infinidade de sensações, de rótulos, de formas verbais para denominar a si mesmo.

Às vezes o tom áspero é pronunciado sobre si mesmo, como forma de sinalizar o que está sendo representado dentro de si, que não agrada a si mesmo, e se expõe não no sentido de alertar os outros, mas para dizer a si mesmo como se comporta e como se reflete diante da natureza.

Esse homem e essa mulher desnuda que existe dentro de você mesmo: aflora. É um misto de perfeição e imperfeição. De exposição e de expressão. Por onde o caminhar se torna liberto, porque se detém compreensão de como o fenômeno é processado dentro de si mesmo.

Muitos que seguem este caminho muitas vezes pelo incansável bloqueio dos que querem serem escusos, retrocedem e voltam para o aspecto inconsciente da manada, os poucos que persistem neste caminho acabam por ser anônimos e solitários em suas funcionalidades vitais.

Porque eles são os únicos que conseguem se suportar a si mesmos, dentro da avareza, as impurezas, das restrições e das qualidades e dos quantificadores.

Porque creem serem sensatos agir assim, livre de qualquer bloqueio inconsciente que se apresente no pensamento. Porque é livre para pensar o que quiser sobre si mesmo. E se é orientado para um agir sobre si mesmo que diz respeito apenas a sua autorrepresentação.

O sujeito que caminha dentro deste princípio está levando a sua maturação do cérebro para uma instância ideal de evolução. No qual pode atingir outros níveis mais superiores de afetação de consciência, no qual possa despertar um princípio de telepatia, clarividência e clariaudiência.

O sujeito é aquele que aceita o divã para compreender a si mesmo, não se importando com a crítica alheia, mas com um senso de autocrítica do qual ela passa a se orientar e a ficar imune contra os ataques da sociedade e de algumas pessoas.

Então os bloqueios passam a serem minimizados, se comparados para com o indivíduo que arquiva informações num denso inconsciente. A transparência dota o indivíduo de confiança e o faz perceber os elos, e os relacionamentos em sua volta.

A conexão com as forças criadoras se torna mais vigorosa porque se capta o dom de ouvir e perceber as relações a sua volta. É como se Deus passasse a comunicar abertamente consigo mesmo, e nesse hábito de comunicação se pudesse compreender a própria essência, para que veio e para que o serve.

Fraternalmente,

Max Diniz Cruzeiro

 

 

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