O carnaval começou, a Kamélia chegou!

Desfile da Kamélia no Grupo de Acesso/Foto: Divulgação

Desfile da Kamélia no Grupo de Acesso/Foto: Divulgação


Kamélia no desfile do Grupo dd Acesso/Foto: Divulgação

Campeã do Grupo de Acesso A com 179,5 pontos, com o enredo “Celebrando a cultura… Kamélia brinca as festas do meu Amazonas”, a escola de samba Império da kamélia chega ao grupo especial do carnaval de Manaus, e pretende ser o diferencial no grupo especial.


Seu enredo de 2015 está sendo analisado com muito cuidado pela diretoria, que pretende contar a história da Chegada da Kamélia, e lembrar no sambódromo os grandes bailes de carnaval como a ‘Segunda-feira Gorda do Rio Negro, o ‘Sábado Gordo do Ideal Clube’, a ‘Festa de Carnaval do Nacional’ e o Baile do Havaii no Olímpico Clube, festas estas realizadas antigamente nos clubes.

Em dezembro de 1938, o ex-diretor do Olímpico Clube, Cândido Jeremias Cumaru (aka “Kandu”), comandou pelas ruas do centro de Manaus um cordão de foliões na virada do ano, cujo principal destaque era uma boneca negra de apenas 75 cm de altura, comprada por quatro mil réis nas Lojas 4.400 (depois Lobrás),trajada à moda baiana e pendurada em um galho de ingazeira.

Batizada de Kamélia, a boneca-estandarte de Kandu se transformou no grande símbolo popular do carnaval amazonense, sendo presença garantida nos bailes de carnaval do Olímpico Clube e nas festas pré-carnavalescas que rolavam no tradicional bar Avenida, até a metade de 1940, quando, provavelmente, inspirado nos bonecos gigantes de Olinda, Kandu criou uma boneca de quase três metros de altura em que ele próprio era o “miolo” e a Kamélia ficou mais bonita, sexy e eletrizante do que nunca.

A partir de 1951, na administração do prefeito Walter Rayol, a baiana começou a receber a chave da cidade no Roadway, para abrir, oficialmente, o carnaval de Manaus, sendo saudada pelo prefeito, pelo Rei Momo, pela Rainha do Carnaval e pelos seus milhares de súditos.

Em 1958, quando o prefeito era Gilberto Mestrinho, a bela mulata passou a receber a chave da cidade, no antigo aeroporto de Ponta Pelada, de onde saía em carreata pelas ruas do centro, antecedendo a maior festa carnavalesca que o Olimpico promovia – o baile Chegada da Kamélia.

Não custou muito para que o Internacional, um modesto clube do Boulevard Amazonas, também, criasse uma boneca branca gigantesca chamada Jardineira, que costumava se encontrar com a Kamélia no meio da rua, durante uma animada batalha de confetes. As duas passaram a simbolizar o carnaval amazonense.

De um lado, a Kamélia, uma negra bonachona e simpática, que frequentava os bailes elitizados da cidade, onde só entravam os bem-nascidos e a classe média alta. Era, evidentemente, uma transgressora. Do outro lado, a Jardineira, uma sinhazinha da Fazenda, espevitada e alegre, que frequentava os bailes da arraia miúda, onde só entravam os deserdados sociais e a classe média baixa. Era, evidentemente, à sua maneira, outra transgressora.

A chegada da boneca, agora, possui um sentido mais amplo: escola de samba, pois, a  lei 1.722 – criada por Arlindo Jr. e sancionada pelo prefeito de Manaus, institui de fato e direito a chegada da Kamélia como a abertura oficial do carnaval manauara.

É por isso que em 2015 o carnaval começou… a Kamélia chegou no Grupo Especial!(Wellinton)

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