O Folclore de Tefé (Continuação) – Por Raimunda Gil Schaeken

Professora Raimunda Gil Schaeken
Professora Raimunda Gil Schaeken
Professora Raimunda Gil Schaeken

Anos mais tarde, chegou a Tefé, a “Caninha Verde”, que é uma dança de origem portuguesa. Foi criada em homenagem à Cana-de-açúcar, um produto trazido de Portugal para o Brasil, por Martim Afonso de Souza, em sua expedição colonizadora, em 1530.


A história real se mistura com as tradições folclóricas: um caipira quer se casar, e como não encontra licença com a família da moça, resolve pedir ao rei que interceda por ele. Os brincantes representam toda a corte vinda de Portugal: marinheiros vestidos de farda de gala, o padre, o sacristão, um rei, uma rainha e toda a família da noiva.

A professora Raimunda Alves Simão tem sido uma grande incentivadora e animadora da ‘Caninha Verde”

A dança “Portuguesa” enriqueceu o folclore tefeense nos anos 80, quando a esposa do português Manuel Fernandes, a Sra. Edith, se dispôs a ensaiar a dança para um grupo de alunos da Escola Santa Teresa e, anos mais tarde, quando foi dar aulas de Língua Inglesa na escola Frei André da Costa, lá colocou a referida dança com maior número de brincantes, mais colorido e mais animação. O sucesso da dança foi tão grande que naquele ano, ela foi campeã do Festival Folclórico da cidade.

Por duas vezes, eu mesma  ajudei a professora Edith a controlar os brincantes, durante os ensaios.

Os brincantes vestiam-se de trajes típicos de Portugal e dançavam várias partes ao ritmo das músicas de Roberto Leal, e sempre faziam bonitas evoluções.

Na mesma época, a referida professora ensaiou a Dança Espanhola para um grupo de alunas da Escola São José.

Assim foram surgindo outras danças, como a Dança Gaúcha, ensinada pelo casal de professores da Escola Frei André da Costa: Tércio e Hena.

No grupo das danças de pássaro, tínhamos apenas a “Ciranda” que falarei no final deste capítulo, pois  apesar de ter sido criada em Tefé, hoje faz sucesso em outros municípios amazonenses.

Lembramos da “Andorinha”, “Rouxinol”e “Uirapuru”, ensaiadas com amor pelo professor Raimundo Paiva, apresentando muito colorido e evoluções ao som de músicas próprias de sua composição.

Nesse mesmo grupo, destacam-se a “Garça” e o “Tangará”, levadas para Tefé pela querida religiosa Irmã Adamir Bamberg. A referida dança muito alegre, sempre apresentada por crianças, trazia à frente a avezinha “Tangará” ou “Garça” e os demais personagens: o caçador, a fada madrinha, a feiticeira, a curandeira, os índios e as sambistas.

De muito sucesso, foi o “Corrupião” ensaiado pela Sra. Neomésia Retto (Neném). Aqui, havia a participação de jovens e adultos, por ter maior número de personagens, acrescentando o doutor, pajé, camponesa, princesa, rainha e a índia Iacy.

RAIMUNDA GIL SCHAEKEN (Tefeense, professora aposentada, católica praticante, membro efetivo da Associação dos Escritores do Amazonas – ASSEAM e da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas – ALCEAR.)

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1 COMENTÁRIO

  1. Teria sem dúvida nenhuma de enaltecer o trabalho descrito pela professora Raimunda Schaeken, neste editorial, além de um conhecimento profundo e atuante no folclore de Tefé, ela não olvidou o trabalho cultural que foi feito na Dança Portuguesa, Afro-América, dança Espanhola, o que me alegrou bastante pois é bom quando deixamos raízes.
    Obrigado e mesmo longe continuamos ligados ao povo lindo de Tefé

    Professora
    Edite Ferreira

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