O golpe no golpe – por Benedito Tadeu Cézar

Sociólogo Benedito Tadeu César

Que já se prenunciava desde a surra que Lula deu no Moro durante seu depoimento, já está em curso. A direita está em polvorosa com o crescimento de Lula como potencial Presidente da República em 2018.


Não é hora de comemorar a possibilidade da queda de Temer e a incriminação de Aécio etcaterva. Duas possibilidades se abrem. Ou a volta dos militares, “a reserva moral da nação”, ou o poder absoluto às corporações jurídicas, com o MP e setores do judiciário se constituindo efetivamente como o único poder da nação.

Sociólogo Benedito Tadeu César

A Carmen Lucia vinha se reunindo com empresários nas últimas semanas, procedimento inusual para um presidenta do STF. Deveria estar preparando as ações. Lembrem-se que a sequência de substituição da Presidência da República é o presidente da Câmara, o presidente do Senado e o presidente do STF.

Os dois primeiros são do mesmo grupo de Temer/PSDB. A presidente do STF, que não é do grupo, não tem força política para se manter na Presidência da República.

Aécio (com gravação de própria voz) e o PT, via Mantega (ainda que sem provas, só delação) também foram envolvidos.
A situação é tão caótica, que eu já estou torcendo para que o Jobim entre na parada. Menos ruim ele do que os militares ou do que a força total ao Judiciário.

É hora de todas as forças democráticas se unirem. A possibilidade de endurecimento do golpe é real e iminente. Eleição indireta para a Presidência da República, como prevê a Constituição, não reverterá o caos estabelecido.

Será preciso um acordo entre as lideranças democráticas para a aprovação urgente de uma emenda constitucional antecipando as eleições diretas previstas para 2018.

Temos que ir às ruas e exigir diretas já!

*Benedito Tadeu César possui graduação em Ciencias Sociais pela Faculdade de Filosofia, Ciencias e Letras de Rio Claro (1974), mestrado em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (1982) e doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (1990). Atualmente é professor associado 1 da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coordenador do Programa de Pós Graduação em Ciência Política daquela universidade. Tem experiência na área de Ciência Política, com ênfase em Estudos Eleitorais e Partidos Políticos, atuando principalmente nos seguintes temas: democracia, rio grande do sul, partido dos trabalhadores, cidadania e partidos políticos.

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