O promotor de Justiça Mauro Messias, titular do 4º Cargo de Parauapebas, enviou um ofício ao prefeito Darci Lermen (MDB) solicitando esclarecimentos sobre os valores – e pagamentos – da realização do 34º aniversário de Parauapebas e do “maior churrasco do mundo”.
O gestor municipal tem um prazo de dez dias úteis para enviar cópia do procedimento administrativo que embasa o empenho, liquidação e pagamento de valores para realização da festa.
Caso haja omissão por parte da Prefeitura de Parauapebas, o órgão ministerial poderá abrir um Procedimento Preparatório, Inquérito Civil ou Procedimento Administrativo contra Darci Lermen.
Vale ressaltar que em março de 2022 o prefeito, Darci Lermen, e o vice-prefeito, João José Trindade, foram cassados e se tornaram inelegíveis. De acordo com a Justiça, mais de 20% dos recursos da campanha de ambos vieram de uma única pessoa e são oriundos de caixa dois, uma vez que os doadores teriam sido “laranjas” de um esquema e não possuem capacidade econômica para doar os valores – mais de R$ 1,6 milhão – que foram repassados à chapa.
Duras críticas
Assim que foi noticiado o tal “maior churrasco do mundo” na cidade que é o centro da mina de Carajás, da mineradora Vale, várias críticas começaram a circular via redes sociais.
Maurício Ângelo, jornalista e fundador do Observatório da Mineração, por exemplo, condenou no Twitter a celebração “empolgadona” de Darci no aniversário da cidade.
“Lermen é gaúcho. São os tais ‘pioneiros’, migrantes que foram atrás de terra barata – quando não grilada – com métodos ‘muitas vezes’ pouco republicanos. Daí a opção pelo costelão no chão. Darci está no quarto mandato como prefeito. A farra boa do churrasco que quer entrar para o Guinness foi organizada pela prefeitura com o apoio do Sindicato dos Produtores Rurais (Siproduz). A gauchada veio em caravana de vários lugares do Brasil”, fala Maurício.
Em seu perfil, o jornalista continuou as críticas à festança, afirmando que atos como este ocorrem “quando se junta muito dinheiro do agronegócio e conflitos socioambientais”. Para o jornalista, o dinheiro da mineração tem sido aplicado em agronegócio, oligarquias, crimes socioambientais, corrupção, descaso, pandemia, impunidade, deboche e falta de controle social”. (Ana Mangas).