O ministro Paulo Guedes está certo: só a ZFM não é suficiente

Ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a ZFM e mineração no Amazonas - foto: divulgação

O ministro da Economia Paulo Guedes garantiu recentemente ao governador Wilson Lima que o Governo Federal quer desburocratizar e facilitar o desenvolvimento de novas matizes econômicas para o Amazonas. A declaração surgiu como uma ducha de água fria no modelo ZFM e nos ainda milhares de empregos gerados nas indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM).


Para alguns setores produtivos do Estado, o ministro teria decretado o fim do modelo e a debandada das indústrias do PIM para outras praças do País, mas para empresários da metalurgia e montadoras do polo de duas rodas, a fala do ministro é bem clara. “Ele nos vê sentados em cima de um ‘barril de riquezas’, tanto no estado do Amazonas como no estado de Roraima”, destaca, citando a volta da discussão sobre a exploração das ricas jazidas de minério no Amazonas.

Repetição

Hoje, se discute a mineração do potássio e outras jazidas, para solução da crise de estabilidade da ZFM e da economia pela qual passa o Amazonas. No entanto, os governantes, deputados e senadores terão que observar, que as concessões terão que passar pelo critério da escala industrial. Pela verticalização do processo produtivo e trazer para o Estado, efetivamente, a indústria de mineração e não só a extração e a exportação propriamente dita.

Entre todas as atividades econômicas realizadas na Amazônia, a mineração talvez tenha a imagem mais negativa, a mineração deixa crateras permanentes na pele da floresta, dizem ambientalistas – fot: Amazônia Real

“É preciso desacostumar o empresariado e os políticos amazonense do hábito de sentar e pedir favor, esquecendo que nós somos filhos de Ajuricaba”, comenta.

Ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a ZFM e mineração no Amazonas – foto: divulgação

Escala industrial

No entendimento de empresários do polo de duas rodas, o Amazonas tem que se desenvolver, e todos tem que entender que a ordem econômica mundial melhorou e, que agora, nos temos a responsabilidade de transformar esse minério em produto final ou produto intermediário, mas nunca vender o produto primário, simplesmente.

A solução, então é distribuir a carga em duas ações: uma para defender os polos que são defensáveis, que efetivamente agregam mão-de-obra, tecnologia, inovações e mercado e abandonar os seguimentos que geram 40 a 50 empregos, ganham milhões de renúncia fiscal e comprometem todas as metas do resto do polo.

No ultimo caso, o Polo Industrial é utilizado como massa de manobra para defender determinado investimento que é indefensável. A indústria que gera poucos empregos, tem que dar a solução, agregar tecnologia, dar retorno ao Estado depois para o restante do País.

Mineração e ZFM

É possível manter a mineração industrializada e o Polo Industrial de Manaus, sem a pecha do abandono de um modelo para abraçar o outro. Essa concepção é um equívoco dos governantes, da gestão atual. “O jovem governador tem que se assessorar melhor. O novo tem que encontrar novas soluções. O novo não pode estar com o mesmo discurso do velho. Infelizmente ele foi conduzido pela assessoria dele a continuar com o mesmo discurso dos governadores anteriores”, lamenta.

Industrialização do setor

O Amazonas tem condições de trazer as indústrias que façam, efetivamente, a extração do minério e simultaneamente utilize o bem final desse mineiro, seja ele a indústria do petróleo & gás ou do potássio, ou da cassiterita.

O Amazonas pode sim, ter aqui um polo petroquímico com toda a segurança, seja ela indústria de mineração já transformando no produto final para exportação e até mesmo para abastecimento do mercado nacional.

A decisão do ministro é acertada

“A posição do ministro Paulo Guedes é a posição de um pai repreendendo um filho, dizendo que ele deve estudar, fazer o dever de casa, para ele ganhar o sustento com o fruto do seu trabalho e não ficar pedindo mesadas, com o pires na mão”. Já chega do complexo de vira-lata.

Da redação

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1 COMENTÁRIO

  1. A ZFM foi nos últimos 20 sucateada e totalmente transformada em um polo industrial que vive de créditos de impostos federais. Muitas indústrias transferiram suas matrizes de Manaus para outros estados para obterem lucros através de créditos tais créditos. É uma maneira de bolsa industrial. Aonde quem ganha é somente o empresário. Precisamos renovar e criar controle visando a criação de novos empregos. É necessário a exigência da matriz instaladas em Manaus. São muitas FALÁCIAS que hoje ouvimos de diversos políticos que no passado recente nunca desenvolveram um projeto para a renovação da ZFM. Hoje só tem indústrias com produção de chão de fábrica e muitas destas indústrias estão utilizando de mão de obra terceirizada o que prejudica e muito o empregado por estarem contratando como temporário visando burlar o fisco.

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