O pereiral de Lula (Por Paulo Figueiredo)

Advogado Paulo Figueiredo (AM)

Repetitivo e enfadonho, Lula da Silva deu-se agora a mentir desbragadamente. É verdade que sempre foi mendaz e assim construiu sua carreira como sindicalista e homem público, mas no passado procurava ser mais contido ou um pouco mais cauteloso.
Vejam os leitores quanto cinismo. Em entrevista concedida ao jornalista Roberto D’Ávila, Lula disse que foi presidente do Sindicato dos  Metalúrgicos, do PT e da República, mas em nenhum momento “um desgraçado neste país” sequer falou em lhe dar uma pera, fato que o deixa orgulhoso.


Tudo bem, pode ser, vá lá que seja. Mas quantas e quantas peras não cabem no triplex do Guarujá ou no sítio de Atibaia, ambos reformados e ampliados pela empreiteira OAS, postos à disposição da família Lula da Silva. O que dizer então dos pagamentos milionários feitos pela Odebrecht e outras empresas ao Instituto Lula e ao próprio, como remuneração por palestras, que não se sabe sequer se realmente foram proferidas.

E o gigantesco pereiral de Lula, com seus frutos generosos em presentes recebidos pelos filhos Fábio Luís e Luís Cláudio? Como num passe de mágica, logo saíram do anonimato para adquirir a condição de grandes empresários. De repente, não mais que de repente, milhões e milhões de reais engordaram as contas bancárias dos pupilos geniais, cujo talento vinha sendo injustamente deixado de escanteio. A propósito, um deles foi auxiliar de preparador físico num time de futebol, enquanto outro não passava de reles empregado sem qualificação num zoológico de São Pau lo, pelo menos até que o  papai conquistasse a curul presidencial. Uma lembrança, no mínimo inconveniente, mas que não custa rememorar, revela que o metalúrgico viveu boa parte de sua vida em casa de propriedade de seu amigo e empresário Roberto Teixeira, que cede ainda hoje um apartamento para residência de um de seus filhos. Bem, não se trata de uma simples e nem sempre saudável pera, delicada e frágil.

Na sequência de incongruências e inverdades, Lula disse ao jornalista que tomou um susto com o imbróglio Petrobras. Ao ressaltar que os assaltantes da empresa lá estavam há mais de 30 anos, procurou justificar a roubalheira, na tentativa de escapulir de sua responsabilidade na indicação e nomeação dos diretores corruptos investigados e condenados pela Lava-Jato. Insiste em contrariar o óbvio, como vem fazendo desde o Mensalão, que já foi reconhecido pelo próprio, logo nos primeiros dias do escândalo, em entrevista concedida nos jardins da Embaixada Brasileira em Paris. Mais tarde viria a negar a exis tência do caso de compra de parlamentares, como o faz agora sem nenhuma cerimônia. Esquece-se, e nada mais útil para o lulopetismo do que esquecer sempre, que os maiores beneficiários do assalto aos cofres da Viúva foram o PT e seus dirigentes maiores, alguns ainda hoje recolhidos à prisão. Somente assim amealhariam a dinheirama que financiou a permanência deles no poder, no qual se agarram como cracas empedernidas.

Lula da Silva, e até o mais tolo dos néscios sabe disso, é quem atualmente governa de fato o Brasil. Dilma, sufocada pelo desastre da incompetência absoluta, não é mais do que uma imagem remota destinada aos porões da história. Foi obrigada a ceder e cedeu. Nos postos-chave de seu governo, os acólitos fiéis do metalúrgico, a quem com exclusividade devem prestar contas. Reformou o ministério, ocupou o Palácio do Planalto e não sossega enquanto não remover da Esplanada os atuais titulares da Justiça e da Fazenda, que não conseguem conter as investidas da Polícia Federal e da Receita contra seus interesses e de sua família.

Ainda assim, com quanta desfaçatez, abusa da mentira. Aferra-se em sustentar que em momento algum quis tirar ou colocar Levy na Fazenda, porquanto trata-se de uma decisão de alçada da presidente, segundo suas palavras. No entanto, todos sabem que Lula não cuida de outro projeto, certo de que somente com a demissão do ministro poderá dar curso ao seu desejo de retornar à Presidência, mesmo que a Nação tenha que pagar o elevado preço da falência do Estado. É o velho Lula, inconsequente e temerário.

A rigor, no encontro com o ex-presidente, aproveita-se com fidedignidade somente as declarações em relação ao filho Luís Cláudio Lula da Silva. O garoto, reconhece o metalúrgico, precisa explicar as transações nebulosas celebradas com a empresa Marcondes & Mautoni, de quem recebeu modestos R$ 2,5 milhões, como moeda de troca pela aprovação de incentivos à indústria automobilística. “É chato? É. Mas é bom”, disse o papaizinho, embora para inglês ver, pois sabe-se que moverá céus e terras para poupar o filhinho privilegiado da rep&uacut e;blica lulopetista. Vale a pena conferir.(Paulo Figueiredo – Advogado, Escritor e Comentarista Político – [email protected])

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