O olhar profundo é um sintoma observacional de quem se distancia por alguma razão particular do contexto ambiental ao projetar um olhar perdido, distante, a lançar sobre um vazio um lirismo em que uma sensação de tristeza profunda toma conta do individuo que perde a motivação para guiar sua vida em algo que lhe traga felicidade.
O olhar profundo de instala quando uma pessoa acredita ter razões de sobra para se entristecer.
Geralmente o posicionamento baixo do queixo em que os olhos passam a expressar-se de forma cada vez mais contínua de cima para baixo, afeta a transposição de ideias em que o olhar profundo pode surgir como uma lembrança de momentos infelizes em que o semblante simula o estado de espírito alterado.
Esta canalização sem se dar conta de estados emocionais pela réplica fácil associada a momentos em que o indivíduo de fato se encontrava infeliz, é um tipo de induzimento espontâneo capaz de afetar a psique de uma pessoa mesmo que ela no momento não encontre motivos para manifestar uma tristeza sem fim.
O olhar profundo é uma canalização emocional e psíquica de uma frequência e modulação em que o indivíduo encontra-se dentro de uma profundidade de sentidos e sentimentos ativando uma nostalgia como fundamento para vibrar em um estado de angústia e isolamento.
Estados avançados de identificação com o olhar profundo sugerem um distanciamento de elementos que gerem satisfação com a vida.
O problema se agrava quando a pessoa passa a nutrir o sentimento como uma realidade dentro da sua existência e passa a migrar pensamentos que a deixem em um estado de densidade elevada afastando-a cada vez mais do convívio social.
Nem sempre quem cultiva um estado de angústia oriundo do olhar profundo esteja pronta para compreender o que as outras pessoas estão sugestionadas a agir no sentido de tentar tirar o indivíduo do profundo vazio que instala. Por que para esta pessoa a dor e o sofrimento são tão mais intensos que toda a tentativa de retirada do sentimento pode representar uma superficialidade tamanha que não tem reflexo direto sobre o indivíduo que sofre.
Porque o vazio é tão forte que qualquer palavra proferida não tem correspondência com o sofrimento gerado dentro de si.
Para que a pessoa possa sair desta desolação de si mesmo, é importante se sentir amada por alguém a tal ponto que ela consiga perceber que a transposição de sua barreira hipotética pode ser alavancada por uma ação que ela consiga visualizar uma superação da expressão de sentimento que a faça deslocar o eixo da sua fixação do sofrimento para a linha de argumentos que a permitam identificarem o novo padrão de comportamento como um estímulo para se esforçar a perseguir um estado mais interior e mais lúdico que irá proporcionar uma satisfação adicional em erguer o seu foco de visão para algo que lhe der prazer de forma mais vigorosa e intensa.
A afetação que o indivíduo passa a promover sobre si mesmo não pode ser mais forte que o desejo em continuar a absorver ideias que o façam chegar a conclusões e ações que refletem em uma energia do fluir de uma vida agradável.
Se as pessoas canalizassem suas sensações boas quando verificassem que o cansaço físico pode afetar seu semblante e instintivamente elas em vez de cultivassem lembranças de tristezas e angústias para aquiescer no esforço de olhar em outra direção para que as lembranças de uma vida feliz viessem à nota, na certa buscariam por recordar de elementos que transformariam suas vidas em uma linda melodia de um olhar feliz.
Existe dentro de nós essa aceitação para fazer valer uma vontade centrada em uma linha de argumentos. Então se a ação precisa de estímulos para concentrar o foco do olhar em algo que converta em boas recordações, a lembrança pode vir estimulada a migrar a profundidade de um olhar triste, para um cenário em que é possível extrair informações visuais e sonoras de momentos que refletiram em algo muito positivo na vida de quem não deseja que sua sinfonia interna não desarranje e passe a nutrir as notas musicais que melhor contagiam um jeito alegre de melhor equilibrar a vida.
Se o olhar é capaz de ser corrompido em profundidade, você pode condicionar o olhar a observar elementos do passado através de fotos, imagens e textos que se lembrem de coisas belas que aconteceram contigo no passado. E sair da nostalgia que muito pode induzir você a sensação contínua de vazio.
Sair de um estado que te deixa para baixo é questão de você saber absorver as coisas certas. Você é capaz de olhar para um arco-íris e ver não mais que segmentos de luzes, verem a transposição de uma época infantil que você era capaz de brincar debaixo da chuva sorridente com as gotas que caiam enquanto se divertia. A escolha para compor é sempre sua. Você pode fixar em uma infinidade de notas que melhor possam contar sua história. Sempre haverá algo que te conduzirá a sensação de algo produtivo em sua jornada. É questão de se dar uma chance para ser feliz e sair da utopia que o olhar profundo irá corromper a sua vida.((Max Diniz Cruzeiro – Neurocientista Clínico, Psicopedagogo Clínico e Empresarial – www.lenderbook.com)
