Olimpíadas da Floresta reúne 230 atletas ribeirinhos e indígena

Créditos: Bruna Martins

Mais de 230 atletas indígenas e ribeirinhos disputaram as Olimpíadas da Juventude da Floresta, competição que visa estimular a cidadania, a prática dos esportes e a integração entre crianças e adolescentes de comunidades ribeirinhas da Amazônia. A edição foi realizada nos dias 24 a 26 de fevereiro, no município de Fonte Boa, na comunidade Nova Esperança, distante 678 quilômetros de Manaus.


A competição é realizada pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), por meio do Programa de Educação para a Sustentabilidade (PES). As Olimpíadas reuniram, entre atletas e espectadores, mais de 438 pessoas da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá e da Reserva Extrativista (RESEX) Auatí-Paraná.

Créditos: Bruna Martins

Os atletas disputaram seis modalidades: futebol misto, cabo de guerra, voleibol misto, corrida de saco, arco e flecha, e corrida de 100 metros. Entre as 11 delegações participantes, a equipe Gavião, da Resex Auatí-Paraná, foi a campeã da competição.

Uma das participantes das Olimpíadas foi Alice Almeida da Silva, 11 anos, da comunidade Copianã, situada na RDS Mamirauá. Pela primeira vez participando, ela conta que, assim como os colegas de escola, se sentiu muito animada em competir.

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“Nosso professor nos disse sobre as Olimpíadas e nós ficamos muito alegres em vir [para Fonte Boa]. Nós gostamos muito de jogar bola, vôlei, e arco e flecha. E a maior importância de estarmos aqui são as boas lembranças destes dias e todo o aprendizado que levaremos”, compartilhou.

Aos 17 anos, outra estreante é Hillery Iandê, da comunidade Terra Nova. “A emoção foi muito grande, porque nunca participamos das Olimpíadas da Floresta e achamos tudo muito legal e interessante. É exatamente o que eu pensei: desenvolvimento pessoal, conhecer novas pessoas, diversidade e criatividade. Acredito que todos estão se descobrindo no esporte, se dedicando, se destacando e criando novas expectativas. Algo que a FAS trouxe e que eu gostei muito foi a diversidade. Então, seria muito legal se em todas as competições tivessem essa conscientização, unindo esportes e proteção das florestas”, declara.

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A competição começou no dia 24, já pela noite, com uma solenidade especial de abertura, o acendimento da tocha olímpica, entrada das delegações, falas das autoridades, além dos desfiles dos destaques das 11 delegações.

Os jogos das Olimpíadas da Floresta iniciaram no dia 25 com as partidas de voleibol misto, cabo de guerra, corrida de saco, arco e flecha, e corrida de 100 metros. À noite, sete delegações apresentaram coreografias, músicas e poemas sobre a floresta.

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O encerramento foi no dia 26 com jogos de futebol misto e, à noite, com o anúncio da equipe Gavião como a vencedora da edição. “As modalidades são pensadas na cooperação entre equipes, justamente para fortalecer o espírito de companheirismo e a aceitação das diferenças entre as delegações. Embora haja um vencedor oficial, a FAS acredita que a prática do esporte já faz de todas as crianças e adolescentes presentes verdadeiros campeões”, comentou Fabiana Cunha, gerente do Programa de Educação para Sustentabilidade da FAS.

As Olimpíadas da Floresta são uma realização da FAS por meio do Projeto de Desenvolvimento Integral de Crianças e Adolescentes Ribeirinhas da Amazônia (Dicara). O projeto tem financiamento da GPA, Ball, Americanas SA e Bemol e conta com apoio da Associação dos Moradores da Resex Auati-Paraná, a Prefeitura de Fonte Boa, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Secretaria de Meio Ambiente do Governo do Estado do Amazonas (Sema/AM), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Créditos: Bruna Martins

Sobre a FAS

Fundada em 2008 e com sede em Manaus (AM), a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil e sem fins lucrativos que dissemina e implementa conhecimentos sobre desenvolvimento sustentável, contribuindo para a conservação da Amazônia. A instituição atua com projetos voltados para educação, empreendedorismo, turismo sustentável, inovação, saúde e outras áreas prioritárias. Por meio da valorização da floresta em pé e de sua sociobiodiversidade, a FAS desenvolve trabalhos que promovem a melhoria da qualidade de vida de comunidades ribeirinhas, indígenas e periféricas da Amazônia.

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