Cerca de 1.800 operários paralisaram, completamente, as obras no canteiro da Arena da Amazônia, na manhã de hoje, segunda-feira (16).
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil do Estado do Amazonas (Sintracomec-AM), Cícero Custódio, que comandou a paralisação, disse que a mobilização tem objetivo de garantir mais segurança aos trabalhadores no local onde serão realizados os jogos da Copa de 2014, em Manaus.
Segundo Cícero Custório, os trabalhadores reclamam das condições de segurança e de pressão da empresa Andrade Gutierrez para acelerar a entrega do empreendimento previsto para o início de 2014.
Por causa da morte do operário Marcleudo de Melo Ferreira, de 22 anos, ocorrida depois dele cair de uma altura de 35 metros por volta das 04h de sábado (14), o Ministério Público do Trabalho (MPT-AM) solicitou e a Justiça suspendeu os trabalhos em lugares altos da Arena.
Na manhã desta segunda-feira (16), Procuradores do MPT-AM realizaram vistoria nas obras.
Segundo o presidente do Sintracomec-AM, Cícero Custódio, por causa no atraso da entrega da Arena, os trabalhos no estádio foram acelerados colocando em risco a vida de milhares de trabalhadores no local: “Como as obras estão atrasadas, eles estão trabalhando sob pressão para dar conta do cronograma. Absurdo. Nós não somos contra a Copa, mas queremos que haja segurança para os trabalhadores. Para trabalhar nas alturas, por exemplo, é preciso exame médico e os trabalhadores não estão recebendo atendimento”, denunciou.
Ainda de acordo com Cícero, existe até ameaças diretas aos encarregados e aos subordinados tudo para que a Arena seja entregue em janeiro.
Por causa desses problemas, os operários não entraram na Arena para trabalhar e se concentraram do lado de fora desde às 06h00 da manhã.
Por meio de nota, a Unidade Gestora da Copa (UGP Copa ) informou que no dia de sábado (14) e domingo (15) o Governo do Amazonas, por meio da própria UGP Copa, esteve no canteiro de obras da Arena da Amazônia acompanhando as perícias realizadas no local, após a fatalidade ocorrida na madrugada de sábado. A Construtora Andrade Gutierrez está promovendo a revisão dos procedimentos de segurança, treinamentos e equipamentos disponibilizados e exigidos pela empresa para o trabalho de seus funcionários e prestadores de serviços.
Por volta do meio dia deste domingo tomamos conhecimento da notificação da Justiça do Trabalho para a imediata paralisação parcial da obra, pois a decisão deve ser aplicada às atividades em altura, notadamente os serviços de montagem da cobertura e fachada da Arena da Amazônia. A decisão foi imediatamente cumprida pela empresa, que está tomando as medidas cabíveis para a retomada completa da obra. Os demais serviços vão continuar normalmente a partir desta segunda-feira.
A UGP COPA reitera que os procedimentos de segurança são continuamente exigidos na construção da Arena da Amazônia e que o impacto desta paralisação será mensurado após a suspensão do embargo parcial da obra.
