Os autores brasileiros mais lidos no mundo

O Brasil é sempre lembrado pelo mundo afora como a terra do Carnaval, do futebol e da alegria, isso não é novidade. Talvez o que você não saiba é que o nosso país também é conhecido e apreciado pela sua literatura. Muitos escritores brasileiros estão disponíveis em outras línguas e, para incentivar ainda mais o intercâmbio, o Ministério da Cultura vem promovendo um edital para editoras internacionais interessadas em traduzir livros de autores brasileiros (só entre 2011 e 2012 foram iniciados 141 projetos).
Conheça um pouco mais sobre alguns dos nossos escritores mais prestigiados no mercado internacional:


 

Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987)

Carlos Drummond de Andrade

Mineiro de Itabira, Drummond de Andrade é quase uma unanimidade quando se fala nos maiores escritores brasileiros. Comprometido com a realidade social, mas também profundo conhecedor da alma humana, escreveu poemas, contos, crônicas e também atuou como tradutor. Seus primeiros textos foram publicados no Diário de Minas, depois junto com outros escritores, deu início à publicação “A Revista”. Dono de uma extensa produção literária, com 50 livros publicados, como “Alguma poesia” e “Antologia poética”, incluindo quatro infantis, o poeta conquistou público e crítica com seu estilo único. Drummond teve boa parte de sua obra traduzida a outros idiomas, como alemão, espanhol, francês, italiano e inglês.
Chico Buarque (1944 – )

Chico Buarque

Francisco Buarque de Holanda, ou simplesmente, Chico Buarque, é um artista múltiplo. Cantor, compositor, dramaturgo e escritor, Chico primeiro se destacou na música para depois conquistar os teatros e livrarias brasileiras. Dono de uma extensa obra musical que passa pelo samba, flerta com a bossa-nova, brinca com o jazz e semeia a brasilidade cotidiana, Chico é um amante da palavra. Seja em suas composições ou em seus livros, trabalha como um artesão, com delicadeza e maestria. Seus livros mais recentes, “Budapeste” e “Leite derramado”, fizeram sucesso dentro e fora do país: foram publicados em diversos idiomas e colecionam prêmios.
Machado de Assis (1839 – 1908)

Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis é um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e o primeiro ocupante da cadeira 23. De origem humilde, Machado de Assis não teve acesso à educação formal e estudava como podia, mas aos 15 anos já estava publicando seu primeiro soneto: “À Ilma. Sra. D.P.J.A”. Escreveu em vários jornais e revistas da época, mas publicou seu primeiro livro, “Queda que as mulheres têm para os tolos”, somente em 1861. Suas obras mais famosas, “Memórias póstumas de Brás Cubas” e “Dom Casmurro”, foram traduzidas para mais de dez línguas.
Mário de Andrade (1893 – 1945)

Mário de Andrade
Ícone do movimento modernista brasileiro, Mário de Andrade liderou a Semana de Arte Moderna de 1922 junto a Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e grandes membros da intelectualidade brasileira. Inovou ao romper com a tradição literária, como em “Pauliceia desvairada”, que narra a história de São Paulo em versos livres, cheios de neologismos. Revolucionou a literatura brasileira com sua crítica ácida, fosse retratando a alta sociedade, como em “Amar, verbo intransitivo”, ou reconstruindo o processo de civilização do país, que resultou em “Macunaíma”, sua maior obra. Boa parte de sua produção literária está traduzida nos principais idiomas.
Milton Hatoum (1952 – )

Milton Hatoum

Milton Hatoum, um amazonense radicado em São Paulo, tradutor, professor e colunista de jornais, é considerado um dos maiores escritores vivos brasileiros. Sua obra mistura ficção com memórias autobiográficas de sua infância em Manaus e relatos da história oral da região, rodeada pela imensidão da selva amazônica. Recebeu muitos prêmios, com destaque para o Jabuti – maior reconhecimento literário do Brasil – e tem obras publicadas em 14 países e traduzidas para 12 idiomas. “Relato de um certo oriente”, seu primeiro romance, que narra a história de uma mulher em busca de suas raízes, está sendo adaptado para o cinema.
Paulo Coelho (1947 – )

Paulo Coelhos

Paulo Coelho é o escritor brasileiro que mais vendeu livros em todos os tempos no Brasil e está entre os que mais venderam no mundo. Ultrapassando a marca dos 150 milhões de livros vendidos (publicados em mais de 150 países e traduzido em 69 línguas), tudo o que Paulo Coelho publica se torna best-seller quase que automaticamente. Suas histórias com toques de misticismo e esoterismo encantam um público variado de todas as gerações. Há 25 anos não sai da lista dos autores mais vendidos e está no livro dos recordes com o livro mais traduzido de todos os tempos, “O Alquimista”, disponível em 69 idiomas.
Rubem Fonseca (1925 – )

Rubem Fonseca

Desde o lançamento de seu primeiro livro de contos, “Os prisioneiros”, em 1963, Rubem Fonseca se dedicou quase que exclusivamente à literatura. É um dos autores contemporâneos mais admirados e nome máximo da literatura brutalista, corrente literária que explora o mundo da violência urbana, com crimes, mistérios policiais e exclusão social como pano de fundo. “A grande arte”, uma de suas obras mais famosas – na qual está inspirada a série de TV “Mandrake” – é um bom exemplo do estilo. Admirado nacional e internacionalmente, Fonseca tem uma série de prêmios no currículo e seus livros estão traduzidos em vários idiomas.
Moacyr Scliar (1937 – 2011)

Moacyr Scliar
Médico e escritor gaúcho de origem judaica, Moacyr Scliar teve uma vasta produção literária escrevendo sobre temas como medicina, judaísmo, socialismo e a vida da classe média urbana. Publicou em distintos gêneros (contos, ensaios, romances, crônicas e literatura infanto-juvenil) e tem mais de 70 livros lançados no Brasil, muitos dos quais republicados em cerca de 20 países, como “Os Leopardos de Kafka”, um de seus maiores sucessos no exterior. Colecionou prêmios nacionais e internacionais e segue sendo um dos escritores brasileiros mais prestigiados e vendidos no país. Alguns de seus textos foram inclusive adaptados a outros meios, como o teatro e o cinema.
Jorge Amado (1912 – 2001)

Jorge Amado

Jorge Amado é o grande narrador da Bahia. Boa parte de sua obra se passa em cenários e contextos baianos em suas diferentes formas e cores. Formado em direito, nunca exerceu a profissão, mas se envolveu com a política. Foi deputado pelo partido comunista e em três ocasiões teve que se exilar em outros países. É um dos autores brasileiros mais premiados aqui e no exterior, com obras traduzidas em 55 países e em 49 línguas distintas. Muitos de seus livros foram levados ao teatro, televisão e cinema, como “Tieta” e “Dona Flor e seus dois maridos”.
Guimarães Rosa (1908 – 1967)

Guimarães Rosa

Guimarães Rosa foi médico e diplomata, mas acima de tudo era um escritor. Com pouco mais de 20 anos escreveu seus primeiros contos, premiados pela prestigiosa revista “O Cruzeiro”. Estudou medicina, se formou, mas abandonou a profissão pois não suportava ver o sofrimento da população carente que atendia e por culpa da falta de infraestrutura das cidades do interior. Como diplomata, viajou por muitos anos e ao regressar ao país passou a estudar a vida sertaneja, seus gostos, hábitos e costumes, o que o inspirou a escrever vários livros, com destaque para “Grande sertão: Veredas”, sua obra-prima traduzida em francês, inglês, italiano, alemão, entre outros.

Clarice Lispector (1920 – 1977)

Clarice Lispector
Nascida na Ucrânia, Clarice chegou ao Recife aos dois anos de idade, em 1922, onde ainda muito jovem começou a escrever. Publicou seu primeiro livro, “Perto do coração selvagem”, aos 23 anos; o premiado romance não tardou em ser traduzido para o francês. Dividia seu tempo entre a literatura e o jornalismo, tendo trabalhado para importantes jornais e revistas. Clarice sempre esteve muito presente na cena literária internacional participando de congressos, feiras de literatura e afins e, mesmo após sua morte aos 57 anos vítima de câncer, sua obra continuou viajando pelo Brasil e pelo mundo.

(Adital – Educação e Ciência)

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