PA: policiais civis de Mosqueiro podem ser afastados

O delegado e os investigadores de Polícia Civil do distrito de Mosqueiro podem ser afastados dos cargos, após pedido do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), por meio da Promotoria de Justiça do Distrito de Mosqueiro, representada pelo promotor de Justiça Mauro José Mendes de Almeida. O pedido foi protocolado na sexta-feira (11), na Delegacia Geral de Polícia Civil, pedindo providencias e solicitando o imediato afastamento dos policiais da seccional do referido Distrito. O nome dos envolvidos não foi divulgado.Segundo o promotor de Justiça Mauro Almeida, a Polícia Civil local está atrelada a um grupo político corrupto que está “saqueando o Distrito de Mosqueiro”, o que estaria “comprometendo o trabalho coletivo das demais instituições de Segurança e Justiça, visto que a sua atuação está muito abaixo de seus deveres funcionais”. São várias as denúncias, como práticas de corrupção por policiais civis; resistência em efetuar registros de ocorrência; persuasão; falta de interesse em apurar crimes como estupro, tráfico de drogas, entre outros.


 
Em um caso recente, uma comerciante dona de barraca foi visitada por agentes da Secretaria de Economia Municipal (Secon) para uma fiscalização. Questionado pelo filho da barraqueira que queria saber o motivo da inspeção, um agente ofendeu moralmente o rapaz, dizendo: “tu não sabe nada seu preto”. Diante das ofensas, a comerciante e seu filho foram até a Delegacia de Polícia de Mosqueiro para registrar ocorrência, porém foi maltratada por policiais da Seccional que a xingaram, conforme áudio gravado pela própria vítima.

Outro fato que compromete a imparcialidade da autoridade policial que dirige a Policia Civil em Mosqueiro deu-se quando foi instaurado um Inquérito Policial para apurar o crime de Estupro de Vulnerável ocorrido com uma criança de 4 anos.

Uma das testemunhas declarou que a autoridade policial “vinha conduzindo o Inquérito sem nenhum interesse na apuração, dizendo que o delegado Benedito Magno Coelho da Costa estava protegendo o criminoso, pois demonstrava nítida má-fé, chegando, inclusive, a suspeitar que houvesse algo que inquinava a honestidade da autoridade policial na condução do Inquérito”.

O Ministério Público oficiou à Corregedoria de Polícia cobrando agilidade no Inquérito Policial, pois o Laudo da vítima ainda não tinha sido diligenciado. O promotor de Justiça Mauro Almeida foi pessoalmente ao Centro de Pericias “Renato Chaves”, que entregou o Laudo ao representante do Ministério Público. Logo depois, cobrado pela Corregedoria, o delegado concluiu o Inquérito Policial em um Relatório inteiramente sintético.

“O Ministério Público vê com preocupação as ligações tenebrosas da direção da Polícia Civil em Mosqueiro, pois a Polícia não pode ficar ao lado de “bandidos” do colarinho branco, que estão roubando dinheiro público, e nem humilhar pessoas indefesas e humildes, que justamente vão denunciar esses mesmos criminosos do colarinho branco”, declarou o promotor de Justiça Mauro Almeida. “A Policia Civil é paga pelo povo para investigar quem quer que seja, sem escolher esse ou aquele alvo, e não se pode ou se concebe uma instituição defender interesses mesquinhos de grupos políticos que visam satisfazer apenas seus interesses pessoais e políticos”, finalizou o promotor.

(DOL com informações do MPPA)

 

Artigo anteriorSistema prisional do AM tem um excedente de quatro mil detentos
Próximo artigoPessoas que têm olhos azuis são descendentes de um único ancestral

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui