PA: Prefeitura de Belém serve água mineral imprópria

Servidores municipais de Belém e cidadãos em geral podem estar consumindo água mineral considerada imprópria para o consumo humano. A partir da análise feita pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), no último dia 20, foi constatada a presença de coliformes fecais em garrafões de água da empresa Naturalli, que fornece o produto para o consumo interno no Instituto.


A Naturalli tem sede em Benevides e também abastece vários órgãos da Prefeitura de Belém, incluindo unidades básicas de saúde e o Pronto-Socorro da Travessa 14 de Março, o PSM da 14. As análises foram realizadas pelo Laboratório de Toxicologia e Análise de Resíduos Orgânicos da Seção de Meio Ambiente do IEC. Segundo os laudos, a água entregue no Instituto não se encontra apropriada para o consumo humano. Foram observados valores que indicavam a presença de coliformes, em totais desconformidades com as características regulamentadas pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). As amostras foram retiradas de garrafões de água mineral de 20 litros, do fabricante Naturalli.

A empresa será convocada para a retirada dos garrafões fornecidos. O IEC ainda faria uma notificação à Coordenação de Vigilância Sanitária Municipal, de Ananindeua e Belém, e estadual, para tomar ciência da descoberta. Foi determinada a suspensão imediata do consumo da água. O DIÁRIO entrou em contato, por telefone, por duas vezes, ontem, com a empresa Naturalli, mas ninguém quis se manifestar sobre o assunto.

RESPOSTA

Em nota, a Prefeitura de Belém informou ao DIÁRIO que, assim que recebeu o laudo do IEC, suspendeu imediatamente a distribuição da água mineral Naturalli em órgãos da administração direta e indireta e que está tomando todas as medidas cabíveis em relação à empresa responsável pelo serviço.

Porém, não foi isso o que a reportagem apurou. Os laudos foram emitidos na quarta-feira (20), mas ontem, o fornecimento da água ainda era regular no PSM da 14. Uma enfermeira, servidora municipal, enviou imagens de garrafões da Naturalli no depósito do hospital. Nos corredores, onde havia bebedouros, não aparecia o rótulo da empresa.

Mas a marca d’água nos garrafões revelava o nome da empresa. No Telégrafo, na Casadia – Centro de Atenção à Saúde em Doenças Infecciosas Adquiridas, havia um bebedouro para os visitantes com a água considerada imprópria, também sem o rótulo da empresa, mas o garrafão tinha a marca d’água da Naturalli. O DIÁRIO fez outros questionamentos, não respondidos pela assessoria de comunicação da Prefeitura de Belém, como os valores firmados no contrato com a empresa, a duração da prestação de serviços, a quantidade de garrafões que seria fornecida pela Naturalli e quantas repartições consomem a água enviada pela firma.

(Diário do Pará)

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