Pai diz que filho é inocente na acusação do ataque ao Louvre, em Paris

Policiais vasculham área do entorno do Louvre/Foto: AFP

O pai do suspeito de ter atacado na sexta-feira, um grupo de militares no Museu do Louvre, em Paris, assegurou hoje, sábado (04), que seu filho é inocente e que não apresentava sinais de radicalização.
Reda El Hamahmy, um general de polícia reformado, disse à AFP que acredita que o homem ferido em Paris é seu filho, Abdallah El Hamahmy, do qual a família não sabia nada desde sexta-feira.


Policiais vasculham área do entorno do Louvre/Foto: AFP

Segundo ele, até então estiveram constantemente em contato com o filho, que trabalhava como gerente de vendas em Sharjah, um dos sete Emirados Árabes Unidos.

“Viajou a trabalho e quando terminou visitou o museu. Tinha que ir embora no sábado”, disse Hamahmy.

“É uma pessoa simples, todos o amamos”, afirmou, explicando que não tinha detectado nenhum sinal de que seu filho tinha se radicalizado.

Os investigadores franceses acreditam que o autor do ataque na galeria comercial do museu é um egípcio de 29 anos que entrou no país com um visto de turista. O homem ficou gravemente ferido na barriga pelo disparo de um dos soldados, e está sob custódia das autoridades.

“O que o governo francês diz não tem lógica. Mede só 1,65 metros e atacou quatro guardas? E, além disso, não encontraram nada em suas bolsas”, disse.

“Posso lhe mostrar fotos dele sem barba. (…) Nosso lar é um lar moderado e só cuidamos da nossa própria vida”, diz.

Hamahmy contou que a polícia egípcia lhe procurou na sexta-feira para pedir informações sobre seu filho, e que ele lhes deu tudo o que tinha.

Segundo seu pai, Abdallah El Hamahmy é casado e sua mulher, grávida, está atualmente na Arábia Saudita com o filho de sete meses.

Acredita-se que o agressor entrou na França legalmente em 26 de janeiro, em um voo procedente de Dubai.

Conta no Twitter

Os investigadores estão agora analisando uma conta de Twitter em nome de Abdallah El Hamahmy, na qual foram publicadas várias mensagens antes do ataque.

“Em nome de Allah (…) por nossos irmãos na Síria e pelos combatentes de todo o mundo”, escreveu Hamahmy.

“Sem negociações, sem compromisso, firmeza e sem nunca recuar”, acrescentou.

Suas contas no Facebook e no Twitter foram suspensas.

Também no Twitter, cita um versículo do Alcorão que promete o céu para os que lutam em nome de Deus.

Em outra mensagem, questiona: “Por que eles têm medo da criação de um Estado para o Islã? Porque o Estado do Islã defende seus recursos e a honra dos muçulmanos”.

Abdallah el Hamahmy também anunciou sua viagem a França no Twitter, em 26 de janeiro.

Segundo um dos seus amigos, que não quis se identificar, a conta de Twitter é dele, embora assegure que Hamahmy não é um extremista.

“Conheço ele desde que se formou”, disse o amigo sobre Hamahmy, que viajou aos Emirados Árabes Unidos após ter obtido um diploma de Direito na Universidade de Mansura, no Egito.

“Não tinha prestado atenção na sua conta de Twitter, mas li as mensagens após o incidente”, disse o amigo. “É como se fosse outra pessoa, como se tivessem hackeado” a conta, acrescentou.(Terra/IstoÉ)

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