Pais mostram os três filhos perdidos no vôo MH17

Casal perdeu os três filhos: Otis, de 8 anos, Evie, 10, e Mo, 12.  (Foto: Reporodução/Facebook)
Casal perdeu os três filhos: Otis, de 8 anos, Evie, 10, e Mo, 12. (Foto: Reporodução/Facebook)

Mensagem para os soldados ucranianos, os políticos, a mídia, nossos amigos e nossa família. Nossa dor é intensa e dura. Estamos vivendo inferno atrás de inferno. Nossos bebês não estão mais conosco – e nós teremos que conviver com esse ato de horror todos os dias e todos os momentos, para o resto de nossas vidas. Ninguém merece o que estamos passando. Nem mesmo as pessoas que atacaram nossa família no vôo.


Nenhum ódio no mundo é maior do que o nosso amor por nossos filhos, Mo, Evie e Otis. Nenhum ódio no mundo é tão forte quanto o nosso amor pelo vovô Nick. Nenhum ódio no mundo é mais forte do que nosso amor, uns pelos outros. Isso nos dá certo conforto.

Nós poderíamos pedir que todos se lembrassem disso quando forem tomar qualquer decisão que afete a nós e as outras vítimas desse horror. Até agora, em todo o momento desde que chegamos em casa estamos cercados por familiares e amigos. Nós rezamos desesperadamente para que isso continue, porque essa expressão de amor está nos mantendo vivos.

Nós queremos continuar conscientes sobre nossas próprias vidas, sobre o que é bom e o que é ruim. Nós não temos mais as vidas que nós gostaríamos de ter.  Então queremos agradecer a todos: nosso amigos incríveis, a família e a comunidade, e dizer a vocês que nós os amamos muito […] Pedimos a mídia que respeite a privacidade de nossa família e amigos – a dor não é uma história.

Para lidar com o luto

“Todo óbito de criança parece precoce porque na concepção ocidental a ordem natural dos fatos é morrer quando se está velhinho. Por isso, para qualquer família, mesmo que o filho tenha uma patologia severa, a esperança de cura é grande”, diz Maria Gloss, coordenadora do serviço de acolhimento ao óbito do Hospital Pequeno Príncipe (PR). Segundo ela, quando a morte acontece de forma inesperada, como no acidente em questão, pode ser mais delicado para a família vivenciar o luto e a dor intensa que sentem.
“Existem pessoas que trabalham o luto de forma solitária, e conseguem se resolver com seus referenciais internos. Outras precisam de alguma ajuda externa, que pode ser um profissional ou um colega, por exemplo, para oferecer um ombro amigo. O apoio dos familiares e companheiros é fundamental”, diz Maria.

Ela ressalta que, nessas situações, um ponto importante é o quanto a família entende que o “morrer” faz parte da vida. “Todos nós sabemos que o ser vivo nasce, cresce, se reproduz (ou não) e morre. Enquanto o morrer não for encarado com naturalidade, esse espaço será sempre ocupado pelo mito e pela dor. A gente costuma dizer que morrer não é terminar, é voltar a fazer parte de um todo, que é maior. Para família que entende isso de alguma forma, fica mais fácil de aceitar a perda”.

*Por Crescer online

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