
O governo de Bangladesh resolveu radicalizar no combate à inovação tecnológica. Enquanto nos outros países o debate do momento é a regulamentação (ou proibição) do Uber, os alvos no país asiático são Facebook, Whatsapp, Viber e outros serviços de comunicação.
No dia 11 de novembro, o primeiro-ministro Sheikh Hasina afirmou que várias redes sociais foram introduzidas no país, “mas os aplicativos começaram a ser utilizados por criminosos”. A reação óbvia – e nada sensata – foi proibir o funcionamento desses serviços “por alguns dias, para prender os delinquentes”.
A ação tem tudo para ter motivações políticas. Dois conhecidos líderes políticos da oposição foram condenados à morte e executados neste sábado, o que gerou protestos. Interromper o acesso às redes sociais seria uma forma de evitar manifestações ainda maiores.
O governo de Bangladesh obrigou as empresas provedoras de internet a bloquear o acesso aos sites no dia 18 de novembro. Segundo o organização Global Voices, a proibição – que ainda está em vigor – interrompeu por engano o acesso a qualquer site da internet por mais de uma hora.
A estratégia já foi usada em outros lugares, como Turquia e Paquistão. Por pouco não aconteceu no Brasil: em fevereiro, um juiz do Piauí mandou tirar o Whatsapp do ar em todo país, mas a decisão foi revogada. Prevaleceu o bom senso.
(Época)