
Mato Grosso lidera o triste ranking de queimadas no Brasil em 2024, com 24,8 mil focos de incêndios detectados, segundo dados do Programa BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Somente em agosto, o estado registrou mais de 13,6 mil focos, número superior ao acumulado de janeiro a julho deste ano. Esse foi o pior agosto em termos de queimadas no estado nos últimos dez anos, conforme o Inpe, em um cenário agravado pela severa estiagem que afeta a região, considerada a maior seca da história, segundo o Cemaden. Em Cuiabá, a capital, não chove há mais de 130 dias.
Diante dessa situação crítica, o governo de Mato Grosso declarou, na última sexta-feira (30), estado de emergência devido à seca e aos incêndios florestais, especialmente no Pantanal, uma das regiões mais afetadas. A medida, válida por 180 dias, busca combater as condições climáticas adversas que favorecem a propagação dos incêndios, como a prolongada estiagem, altas temperaturas, ondas de calor, baixa umidade do ar e ventos intensos.
Além de liderar o ranking nacional de queimadas em agosto, este foi o quinto mês consecutivo em que Mato Grosso ficou em primeiro lugar. No mês passado, o estado teve mais de 1,6 milhão de hectares devastados pelo fogo, totalizando cerca de 3 milhões de hectares atingidos desde o início do ano. Infelizmente, dois brigadistas perderam a vida em agosto enquanto combatiam as chamas.
Entre os biomas mais afetados, a Amazônia é o mais devastado, com mais de 61 mil focos de incêndio. O Cerrado e a Mata Atlântica também sofreram grandes perdas. No Pantanal, mais de 550 mil hectares foram destruídos pelas queimadas, segundo o Instituto S.O.S Pantanal. O fogo se alastrou até a região turística da Chapada dos Guimarães, onde cerca de 10 mil hectares foram consumidos pelas chamas, levando ao fechamento do mirante do Morro São Jerônimo.
A situação é alarmante, e as queimadas não apenas destroem vastas áreas de vegetação, mas também ameaçam gravemente a biodiversidade local, comprometendo a fauna e flora de um dos biomas mais ricos do planeta.
Fonte: G1