Paraenses fazem financiamento coletivo para super-heróis indígenas

Foto: Joe Bennett / Arquivo Pessoal
Foto: Joe Bennett / Arquivo Pessoal
Foto: Joe Bennett / Arquivo Pessoal

Os quadrinhistas paraenses Joe Bennett e Alan Yango abriram um projeto de financiamento coletivo na internet para publicar uma história em quadrinhos de super-heróis com personagens inspirados no folclore regional, o Esquadrão Amazônia.


Orçada em R$ 16 mil, a revista terá 40 páginas coloridas, trazendo a primeira parte de uma aventura da equipe comandada pelo índio Açu contra invasores alienígenas. Segundo os autores, a ideia é que este arco de história seja concluído com a publicação de uma segunda revista também financiada pelos internautas e, caso a iniciativa tenha boa aceitação, o esquadrão passe a ter uma série regular.

“A presente campanha é para a 1ª edição da revista, cujo arco fecharemos em uma segunda campanha. A história está fantástica e com certeza vai prender o leitor. Pretendemos mostrar que podemos sim fazer quadrinhos de heróis no Brasil. Outros arcos já estão nos planos, mas como não podemos colocar o carro na frente dos bois, o foco é trabalhar ferrenhamente para que este projeto dê certo”, disse Alan Yango, que assina os roteiros.

“Nesta primeira graphic novel não existe uma vilão propriamente dito. Não no nível clássico da coisa, como o Lex Luthor ou o Doutor Destino…a situação é mais de um perigo que vem do espaço”, disse o desenhista Joe Bennet. “Mas futuramente o grande vilão vai se apresentar, e não é nenhum super. ser. Será um homem comum, com muito poder nas mãos”, destaca.

Renascimento

As primeiras histórias dos personagens do Esquadrão Amazônia foram publicadas nos anos 2000, como parte de uma campanha publicitária. “Eu criei este projeto há 16 anos como uma peça publicitaria para uma agencia aqui de Belém que atendia uma companhia de telefonia móvel. Eles me pediram uma cartilha simples que ensinasse a usar o aparelho. Nem conseguimos imaginar isso hoje em dia, não saber usar um aparelho celular… mas eram tempos antigos”, relembra Bennett.

“Ai eu tive a ideia de não fazer só uma cartilha comum, e apresentei a ideia de heróis amazônicos. Eu já os havia criado 3 anos antes, só por diversão. Apresentei a eles e eles toparam. Propus uma revista no estilo cômicas mesmo e tudo o mais”, conta o autor.

Segundo Joe, uma retomada das histórias do Esquadrão é um pedido antigo dos fãs, que agora pode se concretizar. “Eu sempre era cobrado pelos fãs do grupo para dar um novo gás neles. Eu topei a empreitada e estamos agora fazendo este reboot”, disse.

De acordo com o criador da equipe, porém, existe uma grande diferença entre as primeiras histórias do Esquadrão e a nova revista: “Agora darei enfoque mais realista, dentro do gênero super. heróis, mostrando as origens e as motivações dos personagens.

E de como seria se seres assim existissem aqui na região. Nos anos 90 as coisas eram bem mais voltadas para ação e exagero, e hoje não. Então tudo tem que ser bem articulado em termos de roteiro e até mesmo design dos personagens”, conclui.

Para Yango, que é co-autor do roteiro, as aventuras do Esquadrão são uma oportunidade de problematizar questões típicas da região norte. “A Amazônia é algo que por si só encanta pessoas pelo mundo todo. A ideia de ter heróis tendo como base nossos índios e lendas certamente é bastante chamativa. Estamos confiantes que essa HQ vai marcar no cenário de quadrinhos nacional e se Deus quiser iremos alçar voos mais distantes depois”. (Jorge Quadros)

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