Partido de López rejeita diálogo entre oposição e governo na Venezuela

Multidões lotam as ruas de Caracas.
Multidões lotam as ruas de Caracas.
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Caracas, 8 abr (EFE).- O partido de oposição da Venezuela Voluntad Popular (vontade popular, VP), que é comandado por Leopoldo López, que está detido desde fevereiro, rejeitou o diálogo estipulado nesta terça-feira entre o governo e a coalizão de oposição Mesa de la Unidad Democrática (mesa da unidade democrática, MUD) ao considerar que as condições para o mesmo não foram cumpridas.
“O Voluntad Popular não acredita em um ‘diálogo’ no qual o regime só propõe um show político utilizando os chanceleres da Unasul como interlocutores, mas se nega o tempo todo a dar as demonstrações necessárias”, afirmou o VP em comunicado.
A organização de López, que está preso desde 18 de fevereiro acusado por incitar a violência no início dos protestos no país, disse que “alguns partidos membros da equipe permanente da MUD” aceitaram “o diálogo com o regime sem que fossem cumpridas as condições sine qua non colocadas”.
“Nossa organização não validará nenhum diálogo com o regime enquanto continuar existindo repressão, prisões e perseguição contra nosso povo”, acrescentou o partido em comunicado assinado pela equipe nacional de ativistas do partido.
O governo e a oposição representada na MUD, que reúne quase a totalidade dos opositores ao Executivo do presidente Nicolás Maduro, inclusive o VP, acordaram hoje em iniciar um processo de diálogo com o apoio da União das Nações Sul-americanas (Unasul) para encontrar uma solução para a crise política.
O secretário-executivo da MUD, Ramón Guillermo Aveledo, destacou que o caminho está aberto “para a possibilidade de um diálogo sincero e sério”, e que se chegou a um acordo para dialogar em termos “mutuamente respeitosos”, de igualdade e publicamente.
“No dia de hoje falamos muitas coisas, nada ficou de fora, as agendas que o governo pensa, as que nós pensamos”, disse depois de lembrar que ontem a MUD expôs suas condições para o diálogo, mas não esclareceu se essas condições continuam vigentes.
A MUD apresentou ontem várias condições para o diálogo. Os opositores queriam que o mesmo fosse público e transmitido, que contasse com a presença de um mediador de boa fé, assim como uma lei de anistia para os detidos e os exilados e uma comissão da verdade sobre os fatos ocorridos desde 12 de fevereiro, quando começaram os protestos, entre outras.
O VP afirmou que na primeira reunião mantida com os chanceleres de Unasul, no dia 25 de março, foram colocadas condições “muito claras” para o diálogo nas quais estavam a libertação de López, do delegado Ivan Simonovis (condenado por assassinatos em abril de 2002) e dos prefeitos condenados nas últimas semanas por incidentes relacionados com os protestos.
Também pediam o “fim imediato da perseguição política”, em particular contra vários dirigentes desse partido, que têm mandatos de prisão contra si, e a deputada María Corina Machado, destituída de seu cargo de legisladora na semana passada.
No comunicado, o partido afirma que o dirigente Luis Florido reiterou essas mesmas condições ontem aos chanceleres da Unasul.
“Acreditamos firmemente que o diálogo deve ser de pé, nunca de joelhos. O diálogo deve ocorrer quando existam as condições para o mesmo, como a libertação de todos os presos políticos, estudantes e o fim da repressão”, declarou.
“É preciso diferenciar entre condições necessárias para que se inicie um diálogo (libertação de presos, fim da repressão) e a agenda do mesmo (renovação de poderes públicos, condições eleitorais, soluções para a crise econômica, entre outros pontos)”, acrescentou. EFE
jlp/rpr


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