Pasa de 50 o número de pessoas presas na operação da PF contra a pedofilia

Exame realizado em material apreendido pela PF/Foto: PF
Exame realizado em material apreendido pela PF/Foto: PF
Exame realizado em material apreendido pela PF/Foto: PF

Chegou a 51 o número de presos na operação de combate à pedofilia realizada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (15) em 18 estados e no Distrito Federal. Coordenada pela corporação no Rio Grande do Sul, a ação deflagrada simultaneamente por 44 unidades da PF conta com cerca de 500 agentes. Foram seis prisões no estado. Ao menos outras 18 ocorrências foram registradas em São Paulo, três no Paraná, duas no Distrito Federal, duas no Rio Grande do Norte, uma em Minas Gerais, uma em Goiás e uma no Piauí.

Entre os presos, estão um seminarista e um agente penitenciário. “Servidores públicos e militares estão sendo investigados, além de empresários. Um deles, aqui no estado, foi flagrado dormindo com uma criança em Viamão”, disse o delegado Sandro Caron, superintendente da PF no Rio Grande do Sul, em entrevista coletiva realizada em Porto Alegre.


Ao todo, são cumpridos 93 mandados de busca, de prisão e de condução coercitiva no país. O objetivo com as buscas é confirmar a identidade dos suspeitos e buscar elementos que comprovem os crimes de armazenamento e divulgação de imagens, além de abuso sexual de crianças e adolescentes. Outros 12 mandados são cumpridos em Portugal, Colômbia, México, Venezuela e Itália.

Além do Rio Grande do Sul, a Operação DarkNet ocorre nos estados do Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal.

A investigação ocorreu através do rastreamento de pornografia infantil na chamada deep web, espaço da internet que não é acessado pelo usuário convencional e cujo conteúdo não aparece em sites de busca. Para chegar até ela, é necessário ter um programa que torna a navegação anônima, o que impede a identificação de quem manda e recebe dados da internet.

Através de metodologia de investigação inédita e ferramentas desenvolvidas, os policias federais conseguiram quebrar esse paradigma e identificar mais de 90 usuários que compartilham pornografia infantil. Segundo a PF, apenas as polícias norte-americana e inglesa, FBI e Scotland Yard, haviam realizado este tipo de trabalho.

Segundo a PF, no decorrer da investigação, pelo menos seis crianças foram resgatadas de situações de abuso ou do iminente estupro, em diversos locais do Brasil. Em um dos casos, um pai relatava que iria abusar da filha assim que ela nascesse. Nesses episódios, policiais federais agiram e evitaram que as crianças permanecessem ou se tornasse vítima, prendendo quatro investigados.

A Operação DarkNet é resultado de um ano de investigações. Mais de 14 endereços IP (sigla para “Internet Protocol”, espécie de endereço virtual) foram analisados. Entre os investigados, há policiais, empresários e até mesmo padres.

De acordo com a delegada Diana Kalazans Mann, não há um perfil específico de pessoa que comete crime de pedofilia. “Qualquer pessoa, homem ou mulher inclusive, pode ser um praticante desse crime encontramos os mais variados perfis, diferentes classes e profissões”, declarou a delegada. No Rio Grande do Sul, foram presos um técnico em informática, técnico em telefonia, professor de jiu-jitsu, auxiliar de enfermagem, porteiro e estudante de matemática.

Segundo ela, não há produção de pornografia infantil sem abuso. “Essas imagens, por mais que se pareça algo banal, é subproduto de um abuso. Nessas redes mais sofisticadas, quanto mais fundo a gente vai, mais encontramos pessoas que abusam de crianças do seu círculo familiar, abusam e compartilham essas imagens com seus contatos”, declarou.

Como denunciar

A Operação DarkNet contou com o apoio do Ministério Público Federal (MPF) no Rio Grande do Sul. A procuradora da República Jaqueline Ana Buffon, que atuou no caso, orienta pais a tomarem cuidado com possíveis investidas de pedófilos na internet contra seus filhos e observarem os comportamentos das crianças. Denúncias podem ser feitas por meio do site do órgão ou pelo Disque 100.(G1)

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