Peixes estragados são vendidos após tratamento com água sanitária e éter

Peixes estragados rejeitados pelas indústrias/Foto: Abinoam Santiago
Peixes estragados rejeitados pelas indústrias/Foto: Abinoam Santiago
Peixes estragados rejeitados pelas indústrias/Foto: Abinoam Santiago

A superintendência do Ministério da Agricultura no Amapá e Vigilância Sanitária, investigam a venda de peixes estragados no mercado de Macapá, Calçoene e Oiapoque. Sete estabelecimentos localizados no interior do estado chegaram a ser fechados por comercialização de alimentos sem condição de uso.


Os peixes vendidos ilegalmente, segundo investigação, são os rejeitados pelas indústrias, por serem considerados impróprios para o consumo. A mercadoria é reaproveitada e passa por um processo químico à base de água sanitária, álcool e éter. O procedimento é ilegal.

A investigação identificou que os produtos químicos usados nos peixes são para “camuflar o alimento” que passa a ter aparência boa para consumo, de acordo com o Ministério da Agricultura. Os donos dos sete estabelecimentos fechados foram presos pela prática irregular.

A venda dos alimentos impróprios foi descoberta durante a operação ‘Agata 8’, realizada em maio, em Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá. Na ocasião, foram apreendidas 600 toneladas de peixes estragados.

Segundo a investigação, cada componente químico tem uma função no processo: o álcool é usado para manter quente a temperatura da mercadoria, o éter endurece o peixe e a água sanitária serve para clarear a carne.

O processo acontece em frigoríficos de Calçoene e Oiapoque. Somente o filé da carne do peixe é aproveitado para comercialização depois da realização da mistura dos componentes químicos.

O filé passa por embalagem de papel antes de ser levado a pontos de vendas nos dois municípios onde acontece o procedimento e ao comércio de Macapá, segundo o Ministério da Agricultura.

O peixe estragado à venda tem impacto no valor da comercialização. O fiscal do ministério Francisco Canindé informou que o quilo do filé de peixe à base de componentes químicos chega a ser 50% mais barato ante a mercadoria em condições de uso.

O impacto, no entanto, não acontece apenas no bolso. A saúde também pode ser afetada. A orientação do ministério aos consumidores é para que deixem de comprar peixes com o filé já cortado em embalagens sem identificação de alguma empresa autorizada por órgãos de fiscalização.

“Solicitamos que as pessoas não comprem filé de peixe com embalagens sem rótulo. Se o consumidor quiser adquirir a carne, é recomendável que o corte seja realizado na frente do cliente. O consumo do produto pode causar problemas graves de saúde”, comentou Francisco Canindé.(G1)

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