Pelé recebe alta e brinca: ‘me preparando para Olimpíada’

Pelé se despede, e pede uma vaga na seleção Olímpica/Foto: AFP
Pelé se despede, e pede uma vaga na seleção Olímpica/Foto: AFP
Pelé se despede, e pede uma vaga na seleção Olímpica/Foto: AFP

Depois de duas semanas internado, Pelé recebeu alta na manhã desta terça-feira, no Hospital Albert Einstein, com o tradicional bom humor. Em uma entrevista ao lado dos médicos que o trataram de uma infecção urinária, o ex-jogador disse estar totalmente recuperado.

“Já estou me preparando para a Olimpíada”, disse o ex-jogador, que se despediu da rápida entrevista mantendo a piada. “Tem três jogadores profissionais (acima dos 23 anos, na verdade) que podem ir à Olimpíada. Vvou ser um deles”.


Pelé ainda agradeceu o apoio recebido durante todos os dias de recuperação. “Recebi mensagem da China, do Paquistão, de todos os países da Europa… Não sabia que o mundo estava todo atento”, disse.

Mas, também, houve discursos mais sérios na entrevista. Pelé mostrou que ficou assustado em alguns momentos: “não fiquei preocupado, mas comecei a avaliar uma coisa que nunca tinha feito na vida. Nunca tinha sentido isso, que coincidiu com um período complicado para mim. Tive uma operação no fêmur, por causa de um desgaste, e estava melhorando. Mas depois teve a reação da infecção, o problema das pedras nos rins e acabei aqui. Então pensei: ‘opa, acho que Deus está esquecendo de mim’. Mas não”, afirmou ele, que agradeceu a Deus em vários momentos.

Pelé vai ficar em São Paulo a princípio, mas depois voltará a Santos. Ele recebeu recomendações médicas para consolidar a recuperação: “como todo paciente de 74 anos que sai do hospital após 15 dias, ele vai passar por um periodo de reabilitação. Durante esse período, foi perdendo massa muscular, então vai ficar ‘de molho’ uma semana ou 10 dias. Depois vai fazer fisioterapia para recuperar o movimento com segurança e também passar por avaliações para ver o estado físico. Mas não é nada de novo, apenas o básico para um paciente assim”, relatou o médico responsável, Fabio Nasri.

Pelé foi internado com infecção urinária no mês passado e chegou a ir à UTI. Mas os médicos disseram que em nenhum momento ele ficou inconsciente ou fora do controle clínico. Desde a semana passada passou a apresentar melhoras e ficou no hospital apenas sob observação. Nesse período chegou a gravar um vídeo no qual tocava violão e falava em inglês. A saída do hospital foi confirmada nesta terça, então Pelé fez questão de dar a entrevista logo depois.

Período de internação

“Foi um susto. Como todos devem se lembrar, eu estava em Santos para uma tarde de autógrafos, mas tive uma infecção e não consegui atender na assinatura de autógrafos. Mas graças a Deus estou bem, recuperado e, antes de mais nada, quero agradecer a Deus e a todos aqueles que me mandaram mensagens, da China, do Paquistão, de quase todos países da Europa. Não sabia que todos países estavam atentos à minha situação. E principalmente aos brasileiros que sempre me apoiaram. Estava lutando para que minha situação melhorasse e pudesse estar aqui com você. Agora já estou me preparando para a Olimpíada”.

Primeira reação

“Foi uma surpresa, porque o doutor me deu uma aula depois. Disse ‘sei que você fez educação física, mas de medicina você não sabe nada’. Eu tive calafrios, uma coisa que já tinha sentido outras vezes e não sabia que era uma infecção. Se fiquei com medo de morrer? Isso não, porque sou um homem de três corações. Mas o doutor falou que ,se não tomasse cuidado, não sabia o que faria com um coração”.

Schumacher

“Estava até conversando com a Marcia, minha namorada, estou aprendendo a falar japonês (ela tem ascendência japonesa). E eu disse que, em 30 anos de carreira, viajando todo o mundo, nunca tinha acontecido uma coisa assim, uma atrás da outra. E quando acontece uma coisa assim, você lembra dos amigos. E um deles me disse para lembrar do Schumacher. Correu anos correndo perigo, estava passeando e agora ninguém sabe qual é o estado dele”.

Operação no rim

“Não é que tenha escondido. Todo mundo mundo ficou surpreso, mas eu tive uma fratura na costela quando jogava no Brasil, no Santos. E ainda perfurou o rim. Há 21 anos eu fiz tratamento disso com pomada e enfaixava. Quando fui para o Cosmos, comecei a sentir febre. E o médico do Cosmos disse ‘você sabia que está jogando há um tempão com um rim só? Você tem os dois aí dentro, mas um não funciona. Pensei que era brincadeira, mas fiz uma avaliação e na outra vez ele tirou”.

Última rodada do Campeonato Brasileiro

“Eu me emocionei muito nesses últimos três ou quatro dias, porque o futebol emociona qualquer um. O Santos estava quase fora, com esse negócio doa Palmeiras, mas voltou. E eu me emocionei vendo a torcida do Palmeiras naquela agonia, depois as crianças na Bahia chorando. E do outro lado o Cruzeiro naquela festa. Foi um final de semana legal, uma experiência boa, porque quando a gente está na ativa, não vê. E nesses três dias eu vi tudo”.

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