Pesquisa com cloroquina tem primeiros resultados no AM

Foto: Divulgação
O Governo do Amazonas divulgou, nesta segunda-feira (06/04). Os resultados preliminares da pesquisa desenvolvida no estado. Sobre o uso da cloroquina no tratamento de pacientes internados em estado grave pelo novo coronavírus (Covid-19).
Os dados foram apresentados durante coletiva on-line que contou com a participação do governador Wilson Lima e do médico infectologista Marcus Lacerda. Da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), responsável pelo estudo pioneiro aprovado no dia 23 de março pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa.
De acordo com o pesquisador, o protocolo de pesquisa clínica liderado pelo Amazonas já foi aplicado com 81 pacientes internados no Hospital e Pronto-Socorro (HPS) Delphina Aziz. E tem o objetivo de avaliar a segurança e eficácia de doses diferentes da cloroquina. Remédio utilizado no tratamento da malária há mais de 70 anos.
Segundo ele, já foi possível demonstrar que o uso da dose mais alta da cloroquina por um período de 10 dias apresenta maior risco de complicações para os pacientes, podendo acarretar arritmias graves. “Então a gente está desaconselhando que essas doses altas sejam usadas. Pela primeira vez no mundo, na verdade, alguém teve o cuidado de fazer o monitoramento cardíaco dessas pessoas e ver que a dose era mais tóxica”, afirmou o pesquisador.
Foto: Divulgação/Secom
Com isso, o medicamento passa a ser considerado seguro, mesmo para os pacientes graves, se administrado em sua dose mais baixa, que equivale àquela que vem sendo recomendada pelo Ministério da Saúde. A partir de agora, o estudo local entra em uma nova fase, em que os pesquisadores avaliarão com mais detalhes a eficácia da cloroquina na melhora do quadro clínico dos pacientes acometidos pela Covid-19.
O médico aproveitou para alertar a população sobre os perigos da automedicação. De acordo com ele, não há evidências científicas de que a cloroquina tenha efeito profilático, de prevenção ao novo coronavírus.
O infectologista Marcus Lacerda também destacou a mobilização de especialistas e parceiros em torno da pesquisa desenvolvida no Amazonas. Uma equipe de cerca de 70 pessoas, entre médicos, enfermeiros, farmacêuticos e alunos de pós-graduação, está instalada no HPS Delphina Aziz há 14 dias para fazer a coleta e análise dos dados.
Entre as instituições parceiras do projeto de pesquisa estão: Secretaria de Estado de Saúde (Susam); Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM); Universidade do Estado do Amazonas (UEA); Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Fiocruz Amazônia e Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos).

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