Pesquisa IBGE aponta barreiras para tratamento de depressão entre idosos

Idosos com depressão/Foto: Divulgação
Idosos com depressão/Foto: Divulgação
Idosos com depressão/Foto: Divulgação

O Amazonas tem mais de 210 mil pessoas com 60 anos ou mais, segundo dados do Censo Demográfico de 2010, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo ‘Depressão em idosos atendidos pela Estratégia Saúde da Família nos municípios de São Paulo (SP) e Manaus (AM): prevalência e identificação pelas equipes’, realizado em 2014, pela Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI) e pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), identificou que a cada 100 idosos da cidade de Manaus, oito sofrem de depressão, quantidade semelhante a de São Paulo.
Diante dessa problemática, a mesma equipe de pesquisadores, coordenados pelo presidente da UnATI,  médico Euler Ribeiro e pela psicóloga da FMUSP, Márcia Scazufca, iniciaram o projeto de pesquisa de intervenção ‘Barreiras para o tratamento da depressão em idosos: investigação do estigma público entre profissionais de saúde que trabalham na Estratégia de Saúde da Família em São Paulo(SP) e Manaus (AM)’ para levantar informações que possam nortear o planejamento, gestão e prática assistencial à população de idosos e contribuir para o desenvolvimento de propostas de intervenção dirigidas a profissionais de saúde, bem como desenvolver campanhas públicas.


Em dois anos, o estudo contou com a participação de 12 profissionais da área da saúde, com financiamento do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Associação Saúde da Família e secretarias municipais de Saúde de Manaus e São Paulo.

Para a execução do projeto de pesquisa de intervenção, dois psicólogos fizeram o trabalho de pesquisa de campo em 35, das 300 Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) localizadas nos quatro distritos/zonas da cidade de Manaus. No período de quatro horas por dia, os pesquisadores Dra. Elizete Cardoso e Dr. Adriano Lago, orientaram 700 pacientes idosos das UBS’s de Manaus a responderem um questionário de 15 páginas em um tablet. “Apesar do número de páginas e de alguns não estarem familiarizados com o equipamento, eles conseguiam responder a pesquisa num tempo médio de quinze minutos, uma vez que a pesquisa era bem dinâmica”, salientou Cardoso.

Resultados

O resultado das entrevistas apontou que a depressão é o transtorno mental com maior prevalência em idosos. Aos pesquisadores também foram revelados as possíveis causas para a depressão: altos custos para o indivíduo e a sociedade com a qualidade de vida; comorbidade física; mortalidade; utilização dos serviços de saúde; renda; escolaridade; eventos de vida estressantes; queixas emocionais; entre outros aspectos sociais. Para Cardoso, as estatísticas podem ser maiores, uma vez que as amostras são de um público específico e não da sociedade em geral.

O estudo aponta também a necessidade de capacitação das equipes que prestam atendimento nas UBS’s, assim como a implementação de tecnologias de atenção que sejam mais simples, efetivas e exequíveis em todo o País. Além da criação de programas nacionais para a educação sobre depressão.

Na avaliação do pesquisador, Dr. Adriano Lago (UnATI/UEA), a importância desse projeto é que sejam encontradas saídas para os problemas. Segundo ele, geralmente a depressão no idoso não é identificada nem tratada, resultando na falta de cuidados imprescindíveis para esse caso. “Esse projeto aponta resultados de fato e de direito não só como alerta para a sociedade, mas para que se façam as intervenções necessárias”, comentou o médico.

Lago reforça que na UnATI existem atividades voltadas para essa área de isolamento social, com a oferta de mais de 40 cursos de atividades diferenciadas, incluindo ainda o tratamento com acompanhamento individual e em terapia de grupo, realizado em consultório localizado dentro da própria universidade.

O próximo passo será a intervenção psicoeducacional, que será executada em 2015 para os profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde(UBS).

Artigo anteriorAdjuto defende estreitamento de relações entre Assembleia/Am e FIEAM
Próximo artigoCampanha de prevenção contra DST no Carnaval

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui