

O Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia) premiou, na manhã de ontem (15), os setes melhores trabalhos desenvolvidos na última edição 2015/2016, do Programa de Iniciação Científica (PIC), realizado em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Os destaques são para pesquisas nas áreas de epidemiologia, microbiologia, parasitologia e trabalhos com potencial biotecnológico.
Um dos estudos que ganhou a premiação foi o do estudante de Farmácia, Lucas Barbosa Oliveira, da Universidade Paulista (Unip), que buscou estimar a carga parasitária com mais precisão que o exame da gota espessa na malária, por meio da utilização de imunoensaio baseado na detecção de um antígeno parasitário, conhecido como lactato desidrogenase plasmodial (LDHp). O imunoensaio foi desenvolvido a partir de anticorpos policlonais gerados em imunizações de coelhos e camundongos com a proteína LDHp especifica para o Plasmodium Vivax e vem funcionado como um marcador de infecção da malárica.
O universitário explicou que o exame de gota espessa para diagnóstico padrão ouro para malária apresenta limitações para infecções com baixas parasitemias, e a parasitemia determinada em cruzes (+) pode não representar a real carga parasitêmica. “Nosso estudo identificou que muitos pacientes com malária contendo cruzes diferentes de parasitemia na gota espessa tinham o mesmo nível de LDHp. Fizemos nosso Elisa e detectamos que os resultados não foram estatisticamente diferentes. Então isso nos motivou a estudar essa carga parasitária e suspeitar que o Plasmodium vivax pode estar escondido no organismo humano, de forma semelhante a espécie causadora da malária mais grave, Plasmodium falciparum”, explicou.
De acordo com ele, a parte mais importante do estudo foi a geração de anticorpos policlonais contra LDHp, que tornou o imunoensaio mais sensível do que a gota espessa e uma ótima ferramenta por possibilitar um diagnóstico mais correto e a informação da carga parasitaria servirá como parâmetro nos estudos sobre as complicações da malária.
PIC 2016/2017
A nova edição 2016/2017 do PIC contempla 16 projetos, sendo 15 apoiados pela Fapeam, por meio do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic) e um pelo CNPq. Umas das coordenadoras do programa na Fiocruz Amazônia, Stefanie Lopes, disse que o enfoque da instituição é a pesquisa em saúde e que os projetos variam em diferentes áreas desse segmento.
“Todo conhecimento gerado sobre a saúde humana, volta para sociedade como benefício. Estudos epidemiológicos, por exemplo, que podem acelerar medidas para contribuir com o Sistema Único de Saúde (SUS), que é a missão da Fiocruz de facilitar o acesso rápido a saúde”, disse Stefanie Lopes, que é doutora em genética e biologia molecular.
O Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic) da Fapeam visa disseminar o conhecimento científico através do envolvimento das instituições, pesquisadores e estudantes de graduação em todo o processo de investigação, proporcionando principalmente aos alunos a experiência prática e o desenvolvimento de habilidades em pesquisas.