PF apreende celulares em nova fase das investigações da chacina de Pau D’Arco

Celulares foram apreendidos na cidade de Redenção, no sul do Pará-Foto: Divulgação/ Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) cumpre na manhã desta quinta-feira (3) mandados de busca e apreensão de aparelhos celulares nos estados do Pará, Rio de Janeiro e Goiás. A ação faz parte de uma nova fase das investigações sobre a chacina de Pau D’Arco, em que dez trabalhadores rurais foram mortos na fazenda Santa Lucia, em maio de 2017.


Foram expedidos um total de 12 mandados, sendo sete para a cidade de Redenção, no sul do Pará, três em Belém, um no Rio de Janeiro e um em Goiânia, estes últimos em endereços de alvos das investigações. A polícia quer esclarecer a eventual participação de outras pessoas que podem ter recebido ou ofertado qualquer tipo de vantagem relacionada ao cumprimento das ordens de prisão dos posseiros acampados na fazenda Santa Lúcia.

Celulares foram apreendidos na cidade de Redenção, no sul do Pará-Foto: Divulgação/ Polícia Federal

Chacina de Pau D’Arco

Segundo a denúncia do Ministério Público do Pará (MPPA), no dia 24 de maio de 2017 um grupo de policiais civis e militares seguiu até a fazenda Santa Lúcia para dar cumprimento a 14 mandados de prisão contra trabalhadores suspeitos de envolvimento na morte de um segurança da fazenda, em abril de 2017. Dez agricultores acabaram mortos na ação. A principal linha de investigação é de que não houve confronto e sim execução. Os policiais teriam atirado contra os trabalhadores rurais em uma ação planejada.

De acordo com a polícia, os assentados tinham um arsenal de armas de fogo e reagiram à presença dos policiais. Houve troca de tiros, que resultou nas mortes. Nenhum policial ficou ferido. Familiares das vítimas e sobreviventes alegam que a ocupação da fazenda era pacífica, que os policiais chegaram de forma truculenta e atiraram sem provocação.

A Justiça em Redenção colheu em abril os depoimentos de testemunhas de defesa e acusação e ouviu policiais acusados de envolvimento na chacina. A fase de instrução processual mudou o rotina da cidade, já que esse foi um caso de grande repercussão.

Dezessete policiais civis e militares foram denunciados pelo Ministério Público. Todos participaram da operação que resultou no assassinato dos 10 posseiros. Um delegado e um investigador que estavam na ação fizeram acordo de delação premiada com a Justiça e respondem o processo em liberdade e estão sob proteção.

O laudo balístico reforçou o depoimento dos 15 sobreviventes de que houve uma chacina na fazenda. As balas que mataram 4 dos 10 posseiros saíram das armas de 3 policiais. Cinco vítimas foram atingidas por disparos de uma pistola ponto 40. A arma não foi apreendida, mas é de uso das forças armadas. A única mulher do grupo foi executada com um tiro na cabeça.

A Polícia Federal coordenou a reconstituição dos crimes e o laudo revelou que os policiais atiraram em direção ao acampamento. A cena do crime foi alterada antes da chegada da perícia. Os policiais também teriam manipulado provas para atrapalhar as investigações. Em dezembro de 2017, a Justiça estadual libertou os 15 acusados que estavam presos há três meses, mas o Supremo Tribunal de Justiça determinou que eles voltassem à prisão.

Fonte: G1

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