PF desarticula esquema bilionário de exploração ilícita de madeira da Amazônia

PF e IBAMA identificaram fraudes nos Documentos de Origem Florestal (DOFs)/Foto: Divulgação

A Polícia Federal, em conjunto com o IBAMA e o Ministério Público Federal, está realizando nos portos de Manaus a OPERAÇÃO ARQUIMEDES, que objetiva interromper o fluxo do transporte clandestino de madeira extraída ilegalmente da floresta amazônica e destinada a grandes comerciantes madeireiros no Brasil, na Europa e Estados Unidos. Os trabalhos já se estendem por mais de trinta dias.


A operação, iniciada a partir de um alerta da Receita Federal, reteve com autorização judicial, até agora, 444 containers dos quais 20% já foram periciados. O material apreendido até o momento, se colocado de forma linear, cobriria um percurso de 1.500km, o que equivaleria à distância entre Brasília e Belém, aproximadamente.

Os policiais federais e fiscais do IBAMA identificaram fraudes nos Documentos de Origem Florestal (DOFs), que deveriam atestar a legalidade da extração e da origem da madeira. Dentre as irregularidades, foram encontrados DOFs cancelados ou falsificados, bem como diferenças substanciais entre o atestado nos documentos e o conteúdo dos containers, entre elas volumetria e descrição das espécies exploradas.

Os dois portos, onde se desenvolve a operação, são responsáveis pelo escoamento da quase totalidade da produção de madeira extraída na Amazônia Legal. As madeiras retidas por ilegalidade documental eram originárias de exploração nos estados de Roraima, Rondônia e Amazonas e em torno de 50% delas teria como destino a Europa e os EUA.

PF e IBAMA identificaram fraudes nos Documentos de Origem Florestal (DOFs)/Foto: Divulgação

As investigações, agora, visam a identificar as pessoas físicas e jurídicas envolvidas na extração ilegal, no transporte e na comercialização do que está sendo considerado pelas autoridades como uma das maiores apreensões mundiais de madeira beneficiada realizada em portos.

Os envolvidos responderão pelos crimes contra a flora previstos na Lei de Crimes Ambientais e receptação previsto no Código Penal podendo, inclusive, haver responsabilização penal da pessoa jurídica conforme disposto na legislação ambiental.

O nome da operação tem origem na cultura grega que relata a técnica utilizada por um filósofo para encontrar volumes de materiais a partir da imersão em um recipiente com água. Técnica que inspirou os peritos da Polícia Federal para realizar a medição do volume do material apreendido.

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